Gastronomia sofisticada ou tradicional? Em Ritápolis, ambas caminham juntas. O empresário André Vieira inovou ao abrir o restaurante Saliya, especialista em culinária árabe. Mas quem prefere a culinária tradicional, em especial os doces do interior, também está bem servido na cidade, onde ainda atuam as doceiras, produzindo guloseimas caseiras.
      Em maio de 2005, durante a tradicional Festa em honra à Santa Rita de Cássia (padroeira de Ritápolis), o empresário André Vieira abriu as portas do que hoje é um sucesso: o restaurante Saliya. O chefe e proprietário diz que tudo começou com um improviso, sem nenhuma pretensão maior e hoje o Saliya é reconhecido na região pela sofisticação e qualidade. Formado pelo Senac (Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial), em Campos do Jordão/SP, e com passagens por Inglaterra, Israel, Síria, Líbano, dentre outros países, André decidiu abrir o restaurante em Ritápolis pelo desejo de regressar à sua terra de origem.
      Segundo ele, além do gosto e prazer de desenvolver a gastronomia árabe, é preciso também muita pesquisa sobre essa cultura, totalmente diferente da brasileira, e técnica para se aperfeiçoar. O diferencial do Saliya está na utilização das muitas especiarias que André compra em suas viagens de pesquisas. Atualmente, o restaurante de Ritápolis é referência para outros restaurantes árabes na região.
      Agora, quem opta por uma culinária mais comum, mas não menos apetitosa, pode se deliciar com os produtos caseiros das doceiras de Ritápolis. Diferentemente do chefe do restaurante Saliya, essas mulheres não precisaram ir longe para aprenderem o que fazem: esta saborosa tradição é passada de geração em geração, de mãe para filha. A doceira e artesã Lúcia Resende possuía conhecimento prévio sobre a culinária, mas mesmo assim resolveu fazer um curso no Senar (Serviço Nacional de Aprendizagem Rural), onde adquiriu mais segurança e técnica na produção: “Cozinhar é muito gostoso. Para mim, além de ser um prazer é também uma terapia” acrescenta.
      Lúcia produz uma variedade de doces: de leite, goiabada, cidra, figo, laranja da terra, limão rosa, pêssego, banana, pé de moleque, abobora, batata, palha italiana, gelatina de cachaça, cocadas etc. A doceira ainda é produtora de geleias e licores. O interessante é que na produção são usados somente ingredientes naturais, da horta ou doados por amigos de fazendas da região, e às vezes, como explica Lúcia, é possível obter lucro de 100% sobre seus produtos.
      A pequena cidade do interior de Minas mantém a tradição e, ao mesmo tempo, inova quando o assunto é culinária. Do sofisticado ao mais simples, o que importa é o sabor, e em Ritápolis, este fator sobressai.
      Reportagem e foto 2: Rhafaela Resende.
      Foto 1: André Vieira (arquivo pessoal).


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