Primeira edição do evento na cidade ocorreu no último domingo

Vinte e seis carros de boi, de cidades como Conceição da Barra de Minas, Ibituruna, Itutinga e Macuco se reuniram, no último domingo, 11, no Parque José Vespasiano de Abreu de Nazareno para um desfile pelas principais ruas da cidade.

Ao todo foram 140 bois. Carreiros que já estão há décadas no ramo, como Nilson de Carvalho, de Conceição da Barra, descreveram a emoção ao participar do encontro: “Essa tradição é que fez a sobrevivência de 21 irmãos. É o prazer de trazer a tradição antiga, o reviver. Tinha parado um pouco a influência, mas é uma das festas que mais junta gente. Todo mundo quer apreciar, sejam pessoas da roça ou da cidade”. Lucas Silva Lara, 19, de São Sebastião da Vitória cita que é uma tradição de família passada de geração a geração.

O vereador e agricultor João Nestor de Carvalho também prestigiou o evento: “Em Nazareno, primeiramente a tradição era o carro de boi que eram utilizados para arar a terra, nas décadas de 60,70 e 80. Nós vínhamos para a festa de setembro trazendo quitandas, colchões e os alimentos. Foi diminuindo o movimento. Importante esse encontro para reativar esse belo evento. Após seguirem pelas ruas, os carros se concentraram em frente ao Santuário de Nossa Senhora de Nazaré para a benção concedida pelo Monsenhor Juvenal.

De acordo com José Maria Rodrigues, que mora em Itutinga, no sábado ao meio-dia, o grupo que seguia para Nazareno para participar do evento realizou a travessia do Rio Grande com 43 bois, que foram guiados, atravessando um a um , em um processo que durou aproximadamente quatro horas: “Faz 29 anos que participo sem parar dos encontros de carro de boi da região. Esses encontros são bons para incentivar as carreiras mais novas que vem ai”, comentou.

Lucia Sousa, funcionária da prefeitura Municipal de Nazareno, falou sobre a relevância do evento para a cultura local: “O objetivo é resgatar uma tradição, valorizando o homem do campo. Muitos jovens desconhecem o carro de boi e sua importância cultural. A intenção é não deixar morrer algo que faz parte da identidade do nosso povo”. O encerramento do evento foi com o show de Gerson e Tião do Fole na praça José Rocha, em frente à delegacia, onde os presentes puderam dançar ao som do forró e modas sertanejas, juntamente com a homenagem à colheita do café.

TEXTO/VAN: THAIS ANDRESSA

FOTOS: THAIS ANDRESSA