Na manhã de terça-feira, 16, como parte da programação do 26º Inverno Cultural da Universidade Federal de São João del-Rei (UFSJ), foi realizada a palestra Projetos Territoriais e Metodologia de Atendimento, no Campus Santo Antônio. O assunto discutido foi o programa “Minas Território da Cultura”. Tal projeto compreende ações voltadas à discussão e difusão de questões sobre políticas públicas de cultura, parte de financiamento, diversidade cultural, participação da sociedade e cursos de capacitação e aperfeiçoamento para gestores e entidades públicas.

Segundo Manuella Machado, superintendente de Interiorização da Secretaria de Estado de Cultura de Minas Gerais, o programa traz benefícios para mais de 136 projetos, com recursos de 4,2 milhões, como Música Minas, Filme Minas – Bienal, Programa de Bandas de Minas (bandas civis, capacitação de músicos e maestros) e Minas Film Commission (para a locação de filmes em municípios históricos). Também conta com a parceria de várias entidades, como a Fundação Clóvis Salgado, IEPHA (Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico de Minas Gerais) e FAOP (Fundação de Arte de Ouro Preto). 

A palestrante Manuella Machado afirma que os principais objetivos do projeto são promover o desenvolvimento regional da cultura e aumentar a demanda pelas ações e programas da SEC (Secretaria de Estado de Cultura de Minas Gerais), dando visibilidade às ações e projetos.

Existem cinco núcleos mineiros, inclusive em São João del-Rei, os quais foram criados a fim de facilitarem os projetos da região e servirem como fonte de atendimento. O médico, professor, ator, diretor e produtor teatral José Geraldo D’angelo acredita, porém, que as empresas em São João del-Rei são falhas, pois não ajudam com a parte dos ICMS (Imposto sobre a Circulação das Mercadorias e Serviços). “Muitos empresários sabem que podem ajudar, mas têm medo de serem fiscalizados pelo Estado quando beneficiam certos projetos”, diz. 

Ele ainda afirma que “esses projetos são muito importantes, pois é necessário divulgar o que o Estado pensa. Mas existe muita burocracia. O Estado é o promotor da cultura e não o seu criador e, por isso, deve-se tomar cuidado, já que o Estado acaba sufocando tudo isso”.

Ulisses Passarelli, subintendente de cultura, fala que a região tem valorizado sua identidade, “como, por exemplo, São Tiago, com café e biscoito; Prados, com o artesanato; São João del – Rei, com os sinos e queijos. Mas, no caso de São João del – Rei, pelo menos a parte dos queijos está perdendo um pouco dessa identidade, por causa da burocracia, que afeta muitos dos produtores e eles acabam deixando de lado todo esse processo”, afirma.

VAN/ Juliana Sousa; Flávia Borges
Foto: Fernanda Rezende

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