Em muitas cidades do país são realizadas festividades em honra a Santo Antônio, santo conhecido também como casamenteiro. Ao longo de treze dias, são realizadas missas e orações, além de barraquinhas com comidas típicas dos festejos juninos, leilões de prendas e víspora.

Em São Tiago, a festa é antiga e tem tradição, segundo dona Catarina Campos, que fez parte da equipe organizadora por muitos anos. “A festa de Santo Antônio teve seu início na Vila Ozanam. Havia a capela dedicada ao santo, então todos os anos era realizada a trezena. Era uma festa muito animada! Havia a equipe responsável pelas barracas e leilões também. Para tal, nos organizávamos em uma associação chamada Pia União de Santo Antônio. Monsenhor Eloi era o diretor espiritual e dona Maria Luíza Vivas, a presidente. Passados alguns anos, com 15 anos de idade fui convidada para ser a secretária. Nossa associação se reunia antes e depois dos dias de festa para contabilizar a renda do evento e destinar parte do dinheiro. Assim, passávamos parte para famílias carentes, através de doações de cestas básicas, entrega de cobertores, pagávamos despesas com receitas médicas aos que não tinham condições de comprar o medicamento e, por fim, repassávamos parte às Conferências Vicentinas da cidade. Por onde a procissão passava, no dia de Santo Antônio, todos enfeitavam as ruas com arcos, bandeirinhas, balões e também a frente das casas. A festa era muito boa! Após a procissão, havia o movimento de barraquinhas e a fogueira, que não podia faltar”, registra dona Catarina.

Padre Robson conta um pouco da história de quem foi Santo Antônio e questiona o tútulo de “casamenteiro”. “Santo Antônio de Pádua foi um grande missionário, pregador, um homem muito inteligente e de grandes virtudes. Ele se dedicou ao serviço aos pobres, sofredores e ao anúncio da Boa Nova. Conseguia tocar os corações de todas as pessoas para que observassem e colocassem em prática a palavra de Deus. Testemunhou em sua própria vida a pobreza de bens materiais e a ‘pobreza de espírito’, de que Jesus falou no Evangelho. As pessoas às vezes acabam ligando o nome de Santo Antônio a um ‘Santo Casamenteiro’, tradição que já é de longa data e foi passada de geração em geração. Não que isso seja errado, mas é reduzir demais aquilo que foi Santo Antônio. Infelizmente muitas pessoas deixam se levar até pelo lado da superstição, o que empobrece a fé e a história do santo. Se fôssemos falar em santo casamenteiro, na verdade seria São Gonçalo e, não Santo Antônio. Mas ao falarmos do tema, é bom que aprendamos um pouco mais sobre a vida e virtudes desse santo e autêntico franciscano, que foi um grande testemunho da fé cristã, na Itália e por onde passou”, enfatiza Padre Robson.

Maria Aparecida Santos trabalha nos bastidores da festa, na cantina, preparando os pratos típicos. “Todos os anos estou aqui, firme, e tenho o maior prazer em colaborar com a festa há 10 anos. Acredito que as pessoas gostem muito das comidas que preparamos, pois vende muito! Não é fácil, pois são treze dias de barraca, mas vale a pena. Fico muito feliz e satisfeita em ver as pessoas comprando e gostando. É uma forma de ajudar a Igreja”, ressalta Maria Aparecida.

A festa de Santo Antônio foi realizada com celebração da missa na Capela do Rosário, seguida de procissão pelas ruas do Bairro Cerrado. Mesmo tendo sido em dia de semana, houve grande presença também de moradores de outros bairros da cidade

Texto: VAN/Marcus Santiago
Foto: Marcus Santiago

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