O Museu Regional de São João del-Rei exibe a exposição de curta duração “São João del-Rei: 300 anos de Ouro e Glórias”. A mostra festeja o tricentenário da cidade, o qual será celebrado em 8 de dezembro deste ano, além de comemorar os 125 anos de imigração italiana e os 50 anos do Museu.

Através de utensílios, retratos, documentos e maquetes, a exposição mostra aspectos do cotidiano na cidade histórica desde sua fundação, abordando temas como a extração do ouro, a religiosidade, o comércio, a indústria e a imigração. Murais explicativos e fotos facilitam e ilustram a consulta ao acervo.

O museólogo Ryanddre Sampaio de Souza explica que as peças, todas do acervo do próprio Museu, estão dispostas em três núcleos. Do século XVIII, destaca o arado e os mapas de sesmarias da região de São João del-Rei. Já do século XIX, está exposta a “cadeirinha de arruar”, ou liteira, na qual os senhores mais abastados saíam para passear, carregados por escravos. Como peças representantes do século XX estão o gravofone (aparelho de áudio) e uma maquete do casarão onde funciona o Museu.

Ryanddre explica que a intenção da mostra é fazer com que a comunidade se sinta refletida no museu. “Tudo é acervo público, faz parte da história da cidade e da formação do povo de São João del-Rei. É uma comemoração, por serem 300 anos de história de uma cidade importantíssima desde sua época de vila até hoje”. O museólogo ressalta a importância do trabalho educativo, que já acontece, buscando inserir o

Museu na escola, e da linguagem utilizada no trabalho de apresentação das peças. “Não fazemos exposição para um só tipo de público. Temos desde pequenos a universitários, que já têm uma bagagem cultural a ser complementada”.

As alunas Emanuele Barcelo e Betania Silva, da Escola Estadual Governador Milton Campos, do 1º ano do Ensino Médio, visitaram a exposição e ambas relacionam a experiência vivida no Museu com a realidade com que lidam na escola. Betania diz que os conhecimentos obtidos irão ajudar na elaboração do jornal que estão editando. Emanuele aponta ainda que “a gente vive aqui e não sabe quase nada”, e acrescenta que ficou mais fácil entender o porquê de estudar determinados conteúdos em sala.
A exposição funciona de segunda à sexta-feira, das 9 às 18h, e aos fins de semana, das 9 às 17h30.

Guardando na Memória

A História da cidade não está apenas dentro dos museus. Tombado desde 1938, o Conjunto Arquitetônico e Urbanístico de São João del-Rei inclui ruas que preservam antigos traçados urbanos, pontes de pedra, igrejas barrocas, prédios, fontes e chafarizes antigos, que salvaguardam o registro de importantes momentos da história. Segundo Roberto Maldos, historiador e técnico do Iphan (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional), em São João del-Rei, o tombamento, que confere ao bem um valor coletivo pela sua importância cultural, é uma das formas de salvaguardar a memória em bens materiais, com força de instrumento legal. “O maior objetivo é guardar para as gerações futuras a oportunidade de conhecer o patrimônio que faz parte da História e das identidades locais”, explica.

Com a preservação, estimulada pelos órgãos públicos e mantida com o apoio da comunidade, gerações futuras poderão percorrer os caminhos de nossa formação cultural.

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