O sistema de produção, já adotado na Europa para outras culturas, possibilita que as flores se desenvolvam em solos improdutivos ou em estufas já construídas

O sistema da EPAMIG, testado em rosas ‘Carola’ de coloração vermelha, permite o cultivo da flor fora do modelo convencional no solo FOTO: Divulgação EPAMIG
O sistema da EPAMIG, testado em rosas ‘Carola’ de coloração vermelha, permite o cultivo da flor fora do modelo convencional no solo FOTO: Divulgação EPAMIG

Uma técnica pioneira de cultivo de rosas no solo, especificamente do tipo ‘Carola’ de coloração vermelha, foi testada pela Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (EPAMIG) em parceria com a UFLA, Unifenas e a UFSJ.

O projeto, que é financiado pelo CNPq e pela FAPEMIG, encontra-se em andamento desde agosto de 2013. A pesquisa desenvolvida no Centro Experimental Risoleta Neves, localizado no Campus CTAN da UFSJ, promove o plantio de rosas em vasos, em vez do cultivo tradicional no solo. Uma alternativa inovadora para aproveitar a estrutura de estufas já montadas e utilizar solos improdutivos.

O sistema consiste em plantar as rosas em vasos com substrato com sistema de irrigação fechado denominado “ebb and flood”. Isso significa que as plantas cultivadas, dispostas em recipientes, recebem, periodicamente, uma solução nutritiva. Depois de um período específico, essa solução é drenada e estocada em tanques para reciclagem e reutilização.                                                                                                                              

Além de rosas, os testes, que precisam de aprofundamento, também aconteceram em plantações de copos-de-leite FOTO: Divulgação EPAMIG – Samantha Mapa
Além de rosas, os testes, que precisam de aprofundamento, também aconteceram em plantações de copos-de-leite FOTO: Divulgação EPAMIG – Samantha Mapa

O uso desse sistema de produção já ocorre em outros tipos de plantio, principalmente na Europa. Já, no Brasil, essa produção acontece com outras culturas, como as de hortaliças. Com rosas, como é o caso da pesquisa, é, realmente, inédito. Os testes também experimentaram o modelo em plantações de copos-de-leite, mas esse caso ainda precisa de aprofundamento.                                                                                                                

O estudo foi realizado na cidade de São João del-Rei, porque o Campo Experimental Risoleta Neves é o responsável pela seção de floricultura da EPAMIG e, também, pela proximidade do município com as cidades de Barbacena e Alfredo Vasconcelos, regiões tradicionais na produção de flores. A pesquisa, parte de um mestrado, desenvolve-se não só pelos funcionários da empresa, mas ainda por bolsistas do curso de Biologia.                              

A pesquisadora da EPAMIG, Elka Fabiana Aparecida Almeida, conta que “a utilização desse sistema é mais vantajoso diante da possibilidade de cultivo de rosas em solos pobres, salinos e improdutivos ou pela melhor utilização do espaço na pequena propriedade. Além de outras vantagens, tais como a não necessidade da rotação na área de produção, o bem estar do trabalhador, já que o manejo pode ser feito em pé, a menor incidência de doenças e o aproveitamento da área residuária”, explica.                                                                                    

“O trabalho e a pesquisa da EPAMIG consistem não só em adquirir conhecimentos sobre as áreas, mas ainda em promover um modelo de cultura que gere empregos e renda para os produtores”, conta a pesquisadora sobre manejo de pragas, Lívia Mendes de Carvalho.

Carvalho, além do mais, afirma que “os resultados obtidos com as pesquisas confirmam que o método produz flores de qualidade. Entretanto, ainda não temos respostas quanto à viabilidade econômica, que verificamos junto de uma professora do curso de Administração da UFSJ. Esperamos que seja representável, já que existe economia de água e adubo nos procedimentos”, declara.                                            

Juntamente com o trabalho de pesquisa, a EPAMIG promove a difusão tecnológica através de eventos, como cursos e palestras, para a orientação e explicação de novos métodos para produtores. Segundo o gerente do Campo Experimental da EPAMIG, Antônio Fernando Bastos Nunes, “as pesquisas desenvolvidas não têm fronteiras. O trabalho vem a partir de uma demanda local ou de uma estadual, contudo os resultados positivos alcançados atendem, inclusive, outros Estados e países”, salienta.                                                                                          

Além de rosas, os testes, que precisam de aprofundamento, também aconteceram em plantações de copos-de-leite FOTO: Divulgação EPAMIG – Samantha Mapa)
Outra linha de estudo da EPAMIG é o manejo do controle de pragas em roseiras FOTO: Divulgação EPAMIG – Elka Almeida

Outra pesquisa da EPAMIG seria acerca do controle biológico de pragas, quando, plantando manjericão e cravo, eles atraem insetos benéficos, responsáveis pela digestão de pragas que atacam as roseiras. Os estudos básicos sobre o cultivo de rosas só finalizam uma etapa do processo. Após esse período, ainda existe necessidade de continuidade no projeto de experimentação.  

TEXTO/VAN: GRAZIELA SILVA

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