VAN: Quando você começou a trabalhar com a produção de cachaça artesanal?

Leonardo Campos: Começou como um hobby enquanto eu trabalhava como economista. Depois, resolvi transformar o hobby em negócio e eu já tinha a fazenda.  O inicio de qualquer negócio é difícil, agora que a marca está se firmando no mercado, isso graças a um trabalho muito árduo, porque você tem que manter qualidade e preço. E o preço não é fácil manter, porque os custos aumentam de forma firme e quase que linear, todos os anos ocorrem aumentos de salário, de energia, então, com isso, tenho uma serie de gastos, é o efeito cascata. O custo de corte cana que, no inicio, custava 40 reais, hoje chega a 100 reais. E quando eu aumento o preço, o mercado recua, e ainda tem as barreiras tributarias, que hoje existe em virtude da substituição tributaria que foi criada pelo governo mineiro e que foi copiado por muitos outros estados, principalmente São Paulo. Em São Paulo hoje, a minha cachaça está quase que inviável, porque o governo decidiu que cada garrafa da jacuba que entrar em SP eu tenho que pagar R$4,93 (quatro reais e noventa e três centavos), e eu tenho que repassar isso para o consumidor. 

VAN: Como você avalia o consumo de cachaça em Minas Gerais?

Leonardo Campos: O mineiro não sabe beber cachaça, o mineiro bebe em copo americano e em grande quantidade e sem qualidade, toma quantidade e não qualidade. O que nós estamos colocando para o mineiro que ele tem que tomar a dose de 60 ml, ele tem que tomar devagar para degustar a cachaça. Os bebedores de cachaça estão mudando e a cachaça não é mais aquele produto pejorativo, a cachaça é mais apreciada.

VAN: Qual a importância da produção da cachaça artesanal no Brasil?

Leonardo Campos: É importante para o Brasil é produzir cachaça de qualidade e que o consumidor possa ter acesso sem ter problema de saúde, essa é a vantagem da cachaça artesanal. Ter produto compatível com outros produtos produzidos em outros países, como vodka, o vinho, o wisk.

VAN/Marina Ratton
Foto: Reprodução

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