Por Isabela Barbosa

Davi tem 12 anos, é de São João del Rei e encantado pela literatura. Após tirar sua carteirinha da biblioteca municipal da cidade, com o apoio da mãe Josiane, Davi pega emprestado cerca de seis livros por semana. Durante essa entrevista, Josiane e Davi contam um pouquinho dessa trajetória do jovem leitor e  mostram a grande importância de  incentivar a literatura no cotidiano infantil.

Josiane e Davi na Biblioteca Municipal – Foto por Isabela Barbosa

Como começou esse interesse pela leitura e pelos livros da biblioteca?

Davi: Uma vez que eu aprendi a ler, eu já comecei a ler bastante os livros. Na biblioteca, faz mais ou menos um ano e meio que pego livros. Geralmente leio os seis livros emprestados na semana mesmo. Os que são maiores às vezes levam um pouquinho mais de tempo.

Qual é o seu livro favorito, Davi?

Davi: Meu livro favorito é o… eu tenho vários! “Diário de um banana 2 – Rodrick é o cara” é um deles. Também gosto de “Harry Potter e as relíquias da morte” e de “Harry Potter e o enigma do príncipe”. 

Josiane: Harry Potter é da minha época, mas Diário de um banana eu não conhecia, Davi conheceu por um amiguinho da escola e já me pediu pra ver se tinha na biblioteca.

Davi: E agora virou uma febre na escola, já tem na biblioteca da própria escola e todos os meus amigos também gostam. 

Josiane, como um conselho para as mães, qual você considera seu principal papel no desenvolvimento desse interesse?

Josiane: O incentivo. Antes de o Davi começar a ler, lembro que comprei dois livrinhos de animais para ele em uma feira que teve em São João, com histórias bem pequenininhas e quebra-cabeças de quatro peças com os animais. Minha mãe falou assim: “Que isso? Comprar livro pro menino? Nem sabe ler ainda, tá doida?” e eu respondi “Uai mãe, tem que incentivar”. Até na escolinha, já estão fugindo um pouco dos clássicos, não que não sejam importantes, mas talvez as crianças já queiram ler outras coisas e se interessem por outros tipos de livros, e estão percebendo isso nas escolas, comprando revistinhas e outros livros.

Por onde começar a incorporar a leitura no cotidiano infanto-juvenil?

    Josiane: Eu sempre gostei muito de ler. Na infância, eu fui incentivada pela minha madrinha, então trabalhei muito isso com o Davi. Eu ia lendo as historinhas com ele, montando os quebra-cabeças dos livrinhos, até que ele foi guardando a história e começou a me contar; depois fomos adquirindo outros, foi ganhando livros das pessoas próximas até chegar na coleção de livros que ele tem hoje. Mas é isso, incentivar sempre, ir contando historinhas, mesmo que a criança ainda não saiba ler.

    O que você mais gosta sobre a literatura?

    Davi: Gosto de livros grandes. Quanto maior o livro melhor, se não vai acabar rápido.

    Para finalizar, uma indicação de leitura. 

    Davi: As aventuras de Donald, Peninha, Tio Patinhas, Mickey e Pateta. Personagens da Disney, que também gosto muito de ler.

    Davi com seus livros favoritos – Foto por Isabela Barbosa

    Para concluir, a literatura vem se fazendo essencial na formação de Davi e parte indispensável de sua história. Através do incentivo à literatura, como indica Josiane, é possível transformar as crianças e adolescentes, construir homens e mulheres admiráveis que, por sua vez, tomam para si o poder de transformar o mundo. 

    “Não era mais um menino com um livro, mas um homem com seu amante”, Clarice Lispector.