O que houve foi uma redução considerável nas ofertas de emprego e emissões de carteiras de trabalho

Procura por seguros-desemprego diminuiu, mas as ofertas de empregos estão caindo.  FOTO: Jornal das Lajes/DIVULGAÇÃO
Procura por seguros-desemprego diminuiu, mas as ofertas de empregos estão caindo. FOTO: Jornal das Lajes/DIVULGAÇÃO

Segundo dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios –  Pnad (divulgado em maio), somente neste primeiro semestre de 2016, já são quase 1,2 milhão de desempregados em Minas Gerais. Essa taxa chega a ser maior do que a média registrada em todo país; 11,1% no estado e 10,9%, no Brasil. Esses índices são apenas reflexos da atual situação econômica brasileira.

Já na região de São João del-Rei, segundo dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (CAGED), até abril de 2016, os números de admissões de trabalhadores foram maior em relação ao de demissões, com um saldo positivo de 23%. A cidade estava na 47ª posição no ranking de desempregos de todo o estado de Minas Gerais. O balanço completo do mês de abril pode ser acessado pelo link.

De acordo com a coordenadora do Sistema Nacional de Emprego  (SINE- São João del-Rei), Samantha Trestini, a entrada de requerimento de seguros-desemprego, neste primeiro semestre, também diminuiu. “No mesmo período do ano passado, tínhamos um número de 3.643 e hoje há 2.562 seguros postados, em razão do alto índice de desemprego. Em relação ao mesmo período de 2015, a emissão de seguros ainda está menor na região”, explica.

A coordenadora também informou que a oferta de empregos diminuiu na cidade. “Foram 160 vagas capitadas no mesmo período do ano passado. Este ano temos 115”, ressalta. O também coordenador do órgão, Sérgio Trestini, avalia que essa redução está ocorrendo em consequência da crise econômica e da falta de qualificação. “A mão de obra qualificada sempre foi o ‘calcanhar de Aquiles’ do mercado de trabalho. Há vagas abertas há dois, três meses, por falta de qualificação. A chegada dessa crise, a meu ver, está gerando uma desconfiança no mercado em contratar mais pessoas. Os empregadores preferem enxugar o quadro de funcionários”, explica.

O movimento econômico da cidade também diminuiu. O motivo é a crise financeira. O gestor administrativo da Associação Comercial de São João Del-Rei (ACI DEL-REI), Carlos Élcio, informa que a economia comercial piorou em relação ao ano passado e, particularmente, no segundo semestre de 2015. “No primeiro, ainda estava na expectativa, no segundo, houve uma queda sensível, que agora está refletindo de maneira brusca”, avalia.

Carlos também ressalta quais são os setores que interferem na dinâmica econômica do município. “A nossa economia é baseada na prestação de serviços e no comércio. Então, em relação ao comércio, a parte de alimentação continua funcionando, porque ninguém deixa de ter fome. O que houve, realmente, foi uma redução na parte de lazer e vestuário, porque as pessoas estão evitando comprar”, explica.

Com o objetivo de estimular o comércio, a ACI DEL-REI tem promovido campanhas promocionais para superar este período de dificuldade. De acordo com Élcio, o foco são campanhas comemorativas: Dia das Mães, Dia dos Namorados, Dia dos Pais, Dia das Crianças e Natal. “É uma forma de estimular o comércio e ajudar os nossos associados a continuarem gerando renda e emprego”, afirma.

 

Emissões de carteiras de trabalhos

A emissão está paralisada na cidade. FOTO: Rafael Neddermeyer/Fotos Públicas
A emissão está paralisada na cidade. FOTO: Rafael Neddermeyer/Fotos Públicas

 

Com a redução das ofertas de emprego, a emissão das carteiras de trabalho também diminuiu. “Ano passado fizemos 1.339  emissões e, neste primeiro semestre, foram 901”, informa Samantha Trestini. Segundo a coordenadora, nos meses de janeiro e julho, por ser férias, há uma maior demanda de emissão do documento.

Em nota, o Ministério do Trabalho de São João del-Rei explica que a procura pela  emissão de carteiras de trabalho no primeiro semestre de 2016, em São João Del-Rei e região, diminuiu bruscamente, chegando a 50%, principalmente devido à crise econômica e à falta de vagas de emprego oferecidas.

A realização das primeiras vias da Carteira Nacional de Trabalho está temporariamente paralisada na cidade para atualizações no sistema e capacitação dos profissionais responsáveis. Segundo o SINE e o Ministério do Trabalho, não há  previsão para regularização do serviço.

 

TEXTO/VAN: Amanda Rodrigues

COLABORAÇÃO: Ana Carolina Pereira

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