Em 31 de  março de 2014 completam-se 50 anos do golpe militar que instaurou a ditadura no Brasil. As pessoas que se lembram desta data, comemoram a extinção do regime militar no país. Entretanto, em 15 de março de 2015, vários manifestantes saíram às ruas para reivindicar a deposição da presidenta Dilma e o retorno da ditadura militar. Contudo, paira a duvida: é realmente isso que eles querem?
Assim como os protestos de 2013 não tiveram um propósito definitivo, essa manifestação também não. Havia placas contra a corrupção, contra o Partido dos Trabalhadores (PT), contra a presidenta, ao lado de cartazes pedindo a volta da intervenção militar no pais. Parece, no entanto, que nenhum dos manifestantes consegue avaliar a real consequência dessa atitude. É a tal da ação e reação. Nunca se sabe o que vem do outro lado…
Considerando que vivemos em um regime democrático, tudo ocorreu bem. Não houve violência, repressão ou tortura. Exatamente o contrário do que aconteceria se voltássemos a um regime ditatorial. E ainda assim querem a ditadura?
A frase popular “só damos valor a algo quando o perdemos” faz sentido nesse contexto. A população tem liberdade para criticar e o direito de se manifestar, mas pede que essa conquista seja esquecida.  Há aqueles que se enganam pensando que haverá exceção para “certas” liberdades. Entretanto, os que o fazem esquecem o conceito de ditadura. Se somos livres o suficiente para pedirmos a deposição de um governante, devemos valorizar essa conquista do povo. Podemos ir a assembleias no Senado, votar em nossos governantes, reivindicar leis, direitos e até deveres, ter acesso ao conhecimento oferecido nas escolas e universidades, além de usufruir das redes sociais e  até de um diluvio informacional cotidiano. Porém, todas essas e outras garantias parecem ser esquecidas por quem evoca o retorno a um regime de exceção.
Pare e pense, manifestante pró-ditadura. Você quer ser torturado por um suposto crime de traição à Pátria, por querer tornar o mundo melhor? Liberdade ou tortura? A escolha é sua.

Texto: Rafaela Domingueti / VAN
Foto: Marcelo Camargo/ Agência Brasil

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