Célio Oliveira Goulart, nascido em Piracema em 14 de setembro de 1944, é um frade franciscano e também bispo católico. Os pais de Dom Célio eram católicos e comprometidos com os ensinamentos da igreja e, ao descobrir sua vocação e resolver se dedicar ao sacerdócio, teve o apoio da família. No dia 12 de julho de 1969, foi ordenado padre pela Ordem dos Frades Menores. Em agosto de 1988, foi nomeado bispo de Leopoldina. Em 2003, foi transferido para a diocese de Cachoeira do Itapemirim. De 2003 a 2007, foi presidente do Regional Leste 2 da CNBB (estados de Minas Gerais e Espírito Santo) e membro do Conselho Permanente da CNBB. Dom Célio tomou posse como bispo da diocese de São João del-Rei no dia 17 de julho de 2010, sendo este o seu cargo atual.

A Diocese de São João del-Rei irá participar da Jornada Mundial da Juventude (JMJ), que será realizada no Rio de Janeiro entre os dias 22 e 27 de julho. A JMJ surgiu em 1984, quando foi celebrado, na Praça São Pedro, no Vaticano, o Encontro Internacional da Juventude, com o Papa João Paulo II. Nessa ocasião, o Papa entregou aos jovens uma cruz, que se tornaria um dos principais símbolos da JMJ, de forma que ficou conhecida como a Cruz da Jornada. Todos os anos, tal evento ocorre em âmbito diocesano, celebrado no Domingo de Ramos. Com intervalos que podem variar de dois a três anos, são feitos os grandes encontros internacionais.

Vertentes Agência de Notícias: De que forma Vossa Excelência Reverendíssima irá participar da Jornada Mundial da Juventude no Rio de Janeiro? 

Dom Célio Oliveira Goulart: Nós estaremos, com muita alegria, participando da Jornada Mundial da Juventude nos três últimos dias, porque não será possível ficarmos a semana toda. Eu vou acolher também, aqui na minha casa, Dom José Belizário, bispo franciscano, que morou aqui também em São João del-Rei, já que ele gostaria de sair daqui conosco. Nós teremos, então, o Padre Geraldo, Padre Dirceu, Padre Alysson e Dom José Belizário na quinta-feira, participando, assim, de todos os acontecimentos da sexta, sábado e domingo.

VAN: Para o senhor, qual a importância de os jovens participarem desse evento?

Dom Célio: Primeiramente, eu creio que para renovar a sua própria fé e seu compromisso de jovem cristão. Em um segundo momento, para partilhar com outros jovens seus ideais e desafios que a juventude enfrenta hoje em dia, para responder bem aos ensinamentos da igreja. Sendo assim, o jovem está comprometido com a fé e, ao mesmo tempo, evangelizando outros jovens. Outro motivo também que eu acho muito importante é a própria figura do Papa Francisco, que está entusiasmando todos nós e que, certamente, será uma resposta de entusiasmo para a nossa juventude. Então, eu creio que os jovens deverão ir com esse objetivo também.

VAN: Como estão os preparativos na Diocese para a Jornada Mundial da Juventude?

Dom Célio: Nós teremos jovens representantes de várias paróquias. Com certeza, nós teremos um bom grupo de jovens da nossa diocese. Cada paróquia, no momento, está realmente preocupada em acompanhar esses jovens. Teremos também, antes da jornada, a semana missionária em cada paróquia, em que receberemos jovens do exterior. Então, há uma grande programação do setor de juventude da diocese, que está bem encaminhado para isso.

VAN: O número de jovens corresponde às expectativas da Diocese? 

Dom Célio: Nós sabemos que é muito difícil para os jovens poderem sair, realizar essa viagem. E também fica sempre aquela pergunta: “Como fazer a JMJ no Rio de Janeiro?”, porque, às vezes, o pessoal tem muito medo daquilo que se descreve do Rio de Janeiro. Mas eu acredito que nossos jovens que estão indo estão bem preparados. Com certeza, mais de 300 da nossa diocese estarão presentes.

VAN: Qual o suporte dado pela Diocese no Rio de Janeiro?

Dom Célio: O setor de juventude da diocese tem feito esse contato lá no local das hospedagens. Os jovens vão ficar hospedados em uma quadra de escola de samba. O setor de juventude já fez muito bem esse contato, como também com os outros setores de acolhidas e de encaminhamentos. Estamos procurando realmente ter alguns jovens um pouco mais experientes, mais velhos, para dar um rumo e caminhar com a nossa juventude ali. Eu creio que a própria estrutura do Rio de Janeiro e a coordenação estão muito bem organizadas. Nós teremos várias atividades, pelo o que nós recebemos de informação, e isso eu acho que dá uma segurança. Sempre devemos contar com imprevistos, podem acontecer coisas que vão nos aborrecer no decorrer daquela semana, mas também vamos confiar em Deus, para que tudo possa sair bem e para que os nossos jovens possam, então, ter realmente muita alegria em ter ido e participado da Jornada Mundial da Juventude.

VAN: A prefeitura está apoiando a Diocese a participar do evento? 

Dom Célio: Na Semana Missionária sim, o suporte da prefeitura tem sido muito bom. Nós vamos ter atividades na avenida, como também shows, e estamos  em contato com a própria Universidade Federal, porque vai acontecer, naqueles dias também, o Inverno Cultural. Então, em algumas atividades, nós temos tido muito apoio, seja da Universidade, seja Prefeitura Municipal. 

VAN: O que o senhor acha da colaboração dos Grupos de Jovens da Diocese?

Dom Célio: Nós temos percebido muito interesse, muita vontade, dos nossos jovens que participam dos grupos de jovens, seja aqui na cidade, seja em outras. Há uma acolhida à nossa proposta para que participemos, assim, da semana missionária, como também da sustentação para que outros jovens, que talvez não tenham condições, possam ir também ao Rio de Janeiro. Algumas paróquias tomaram iniciativas muito bonitas, como organizar barraquinhas, que as pessoas sabem que é com a finalidade de ajudar os jovens. Uma parte da coleta especial da campanha da fraternidade desse ano foi destinada a ajudar os jovens que não têm recursos financeiros para ir ao Rio de Janeiro. 

VAN: Os jovens estão empenhados nas ações da igreja?

Dom Célio: Eu gostaria realmente de ter mais jovens participativos na nossa  igreja, nas paróquias, nas comunidades. Mas, muitas vezes, nós também não sabemos como organizar atividades que atraiam os jovens. Nossos jovens hoje têm tantos outros interesses, tantas outras propostas que os chamam! Sendo assim, nós, que servimos à Igreja Católica, deveríamos ser mais inteligentes e criativos, para trabalhar com a juventude. Deveríamos acolher as ideias dos jovens, ter paciência para escutá-los, ouvir suas propostas, para respondê-los também de uma maneira mais objetiva e ter a participação deles na igreja.

VAN/ Fernanda Rezende; Vanessa Auxiliadora
Foto: Vanessa Auxiliadora

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