Na última terça-feira (18), o Palácio da Revolução Liberal, atual Câmara dos vereadores de Barbacena, vivenciou um marco histórico. Após dias de muitos protestos em todo país, foi a vez de Barbacena aderir às manifestações através do movimento Junta Brasil, organizado em uma rede social.

De acordo com um dos organizadores, Felipe Souza Rodrigues, a manifestação era de cunho apartidário e visava reivindicar saúde e educação. Além disso, buscou protestar contra decisões da atual prefeitura, bem como o fechamento de um hospital e a transferência de algumas escolas municipais. “Essa manifestação foi a primeira que acontece com tamanha força em Barbacena”, aponta Felipe.

A movimentação começou por volta das 19h. Os manifestantes, em sua maioria, usavam roupas brancas e carregavam símbolos nacionais, como bandeiras. Cartazes e faixas foram expostos e explicavam os motivos da manifestação, com os dizeres “Somos contra o fechamento da Policlínica”, “Abaixo a Lei Delegada” e “Não sorria, você está sendo roubado”. Os participantes também entoaram o Hino Nacional e palavras de ordem, demonstrando a aversão à política da cidade.

Segundo o Major do 9º Batalhão da Polícia Militar, Claudio Silva da Costa, foram disponibilizados cerca de 100 militares da unidade para garantir a segurança durante o trajeto. O Major informou ainda a estimativa de aproximadamente três mil manifestantes, em sua maioria composta por jovens. Para ele, a polícia tem a obrigação funcional de manter a ordem em casos de vandalismo e violência, mas lembra que “somos cidadãos, além de policiais, e a manifestação democrática é sempre bem vinda”.

José Cássio Rodrigues, um dos manifestantes e membro do Movimento Cidadania Já, ressalta que “por ser uma das primeiras vezes que os barbacenenses tiveram a coragem de botar a cara na rua, estou achando muito boa a iniciativa”. O senhor, que já foi preso em Belo Horizonte durante a Ditadura Militar e participou de movimentos como o “Diretas Já” e Caras Pintadas, complementa seu discurso. “É disso que nós precisamos, principalmente a juventude. O país só muda pela mudança de um povo”.

Carlos Roberto Batista, o “Kikito”, vereador em Barbacena, assume ser totalmente a favor do protesto. “A classe política só vai começar a tomar as atitudes que tem que ser tomadas para garantir os direitos fundamentais do cidadão, a partir do momento que for pressionada para isso”, afirmou.

Kikito também ressaltou a importância de todo o ato. “Passamos por problemas sérios no nosso município, como fechamento de escola, fechamento de hospital, com questão de delegação e omissão de um dos poderes. Isso é grave para a democracia. Acho que os jovens fazem nesse momento um papel muito importante, onde a classe política tem que sentar, avaliar e dar as respostas que a população precisa ter”, disse o vereador.

Em menos de um ano, esse foi o terceiro protesto ocorrido em Barbacena, e outros já estão sendo marcados. Seguindo o exemplo de outros brasileiros, os barbacenenses estão indo às ruas por melhorias para a cidade e comunidade, priorizando setores como a educação e a saúde, atualmente carentes.

VAN / Vinícius Costa; Mariane Motta; Kellen Lanna
Foto: Mariane Motta

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