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É muito difícil descrever, classificar ou enquadrar em qualquer rótulo um pai. Pai é plural. Pai é aquela mão protetora que segura a sua, pequena e frágil, quando criança. Aquele que te acompanha ao andar, que te xinga pelas notas baixas e elogia pelos acertos. Mas pai também abandona. Às vezes, aos pouquinhos, no afeto, na convivência. Às vezes, abandona de uma vez só.

Pai é uma presença firme e dócil, que acalenta e inspira. Nem todo pai é igual, e isso não é ruim. Pai é uma paleta infinita de cores que nos molda como pessoa e influencia nosso olhar sobre o mundo. É aquele que você, quando criança, olha para cima e, ao vê-lo, tem ali uma inspiração, um vislumbre de futuro.

Tem pai que educa a partir de padrões rígidos, tem pai de riso solto. Tem pai que só aparece às vezes. Tem também aquele que te leva a lugares fantásticos, te apresenta um mundo com mil tons diferentes, tem o que é palhaço. Tem pai que é amigo e também que é distante. Tem pai que consegue ser tudo isso.

Nem sempre é fácil. Na verdade, nunca é. Ele sente medo, tristeza, preocupação. Acordado, te espera voltar para casa, coloca a mão sobre sua testa quando tem febre, trabalha até tarde todos os dias para comprar sua comida favorita e não deixar nada faltar. E não reclama. Ele gosta de estar ali, de colocar o ouvido junto ao peito do bebê para ter certeza que está respirando, gosta de ver os filhos crescerem e criarem suas próprias identidades. Os pais gostam de se ver nos filhos, sentem orgulho da vidinha que estão vendo crescer.

E, no meio disso tudo, ele tem medo. Medo de não ser capaz de criar seus filhos, de não saber o que fazer, de errar em algum momento, de acabar não sendo um bom exemplo. Porque, como todo super-herói, o pai também tem sua kriptonita, seus próprios pequenos. Por eles, faz de tudo.

Os filhos crescem, mas para o pai continuam sendo crianças. Ser pai transcende o tempo. Não importa quanto anos tenham se passado, quão diferente tornou-se ou o quanto tudo esteja transformado. Uma coisa não muda: nunca vamos deixar de ser os pequenos de nossos pais.

No segundo domingo de agosto, comemora-se o Dia dos Pais no Brasil. Esqueça o caráter mercadológico da data, esqueça as compras dispendiosas. Se o seu pai estiver pertinho, dê um abraço demorado, porque, em algum momento, ele não estará mais. Mas se ele não estiver tão pertinho assim, só o pensamento e a saudade já bastam. Os pais não precisam de presentes caros, pois, neste dia, eles já se vestem de alegria.
TEXTO/VAN: Ana Carolina Rodrigues

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