Consolidado na cultura são-joanense, o bloco de rua comemora mais um ano de existência na Cidade dos Sinos

 

O ditado popular afirma que o ano só começa depois do carnaval. Ele vai chegando ao fim e as pessoas iniciam os preparos para comemorar a maior festa popular brasileira. Alguns não sabem para onde vão ou o que vão fazer, mas aqui em São João del-Rei e região tem gente que só tem uma ideia em mente: aproveitar o bloco Gato de Botas.

Tudo começou há 13 anos, quando um grupo de amigos fazia barulho com seus apitos pelas ruas de Resende Costa. Naquele momento tiveram a vontade de criar um bloco de carnaval. O nome? O mesmo do time de futebol da escola. O motivo? Os pais não deixavam que saíssem para as festas de carnaval, então eles mesmos fariam a farra.

Paulo Bastone foi um dos fundadores, o único que ainda continua na organização — apesar dos outros ainda frequentarem o bloco como foliões. Mesmo tendo outras ocupações, Paulo acredita que participar dessa equipe é o que ele faz por paixão. “O Gato de Botas é a atividade que eu tenho mais prazer em desenvolver. Não é minha atividade profissional, mas ver os meus amigos por perto, ver que está chegando e o pessoal conversando, motiva a fazer”, relata.

A maior dificuldade em falar do Gato de Botas vem pelo fato de ser um bloco, ou seja, uma unidade composta por um conjunto de pessoas diferentes. De acordo com o estatuto, Paulo é o presidente mas, apesar disso, ele não acredita nessa hierarquia e sabe muito bem que existem outros nomes que poderiam estar dando a entrevista. A organização é composta por 12 pessoas, mas a equipe inteira tem por volta de 100. Recentemente o bloco realizou um processo seletivo, trazendo novos membros para dar uma energia diferente para o grupo.

O bloco tem uma identidade muito forte de ser familiar e a participação dos pais é muito forte — até mesmo pela questão da ideia de criação do Gato de Botas —, isso porque um dos objetivos é o de que as festas sejam a melhor experiência de carnaval de uma família. “É uma lembrança que a gente quer que as pessoas tenham, aquele primeiro carnaval do pai, filho, mãe, todo mundo participando junto, esse é o nosso interesse”, explicou Paulo. E para que esse objetivo aconteça, as festas do Gato de Botas são todas planejadas para serem excelentes, para manter o público fiel durante os 13 anos de existência.

 

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Afetar as pessoas de uma maneira sempre diferente, esse é o propósito do bloco, que quer atingir diversos públicos sem perder a sua essência. Por isso o grupo não toca apenas marchinhas, mas também se arrisca no rock, sertanejo e até mesmo na música clássica. O Gato de Botas tenta inovar e surpreender sempre. “Carnaval é isso, como qualquer outra manifestação cultural, tem que marcar você de alguma maneira”, finalizou o presidente do bloco.

 

Texto/VAN: Ícaro Chaves
Imagem/Reprodução

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