Ler um livro é fazer parte de um mundo que não é seu, é ter uma memória que não lhe pertence

Abrir um livro é abrir um portal para um mundo paralelo, é tatuar em seu cérebro uma realidade impalpável, mas extremamente real. As páginas podem ser fechadas e nunca mais revisitadas, porém as palavras lidas permanecem como um fragmento de uma memória compartilhada, pluralizada, mas individual.

FOTO: Pexels
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O contato dos dedos com o papel desencadeia a sensação efêmera de pertencimento a um novo mundo, é como sentir um novo solo sob os seus pés, é tatear o desconhecido em busca de algo semelhante dentro de você. Ler os livros de Zafón é como teletransportar para uma Espanha da década de 40, é sentir o aroma dos cafés das praças de Barcelona, viajar de bondinho pelas ruas e decifrar o que se esconde atrás das sombras do vento.

Escute atentamente os conselhos de Marina e talvez você vá perceber que “todos sentimos falta do que não tivemos ou vivemos”. Não espere abrir um livro de Zafón e não sentir a melancolia dos dias que se já se foram, não caia no jogo do anjo.

Passear pelas páginas dos livros de Sidney Sheldon é se deparar com cada um deles com uma forte personagem central feminina, que viaja pelas areias do tempo, enquanto desafia governos, milícias e a pseudossupremacia masculina, sem se importar se há o amanhã. É se deparar com um estranho no espelho e entender que nada dura para sempre, quando o céu está caindo. É ser a herdeira de um capricho dos deuses e se aventurar pelo outro lado da meia-noite.

Leia as palavras de Nelson Motta e encontre um Brasil povoado por bandidos e mocinhas,  perca-se em delegacias tentando entender o que se passa pelas grandes cidades e pelos grandes crimes e, depois, vá para beira-mar espairecer, escute o canto da sereia e deixe o dia acabar “ao som do mar e à luz do céu profundo”.

Desbrave universos novos e revisite mundos conhecidos, reviva memórias que não lhe cabem, crie percepções. Exerça suas próprias reinações e extrapole a linha da existência singular, leia um livro.

 

TEXTO/VAN: Lucas Comine e Lucas Almeida

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