Tiradentes recebe Festival de Artes e Tradições
Em sua primeira edição, o evento teve aprovação da lei Rouanet.
Famosa por sediar importantes festivais, a histórica Tiradentes sedia, a partir deste ano, o Festival de Artes e Tradições (FAT- 2017). O evento inédito durou entre os dias 06 e 09 de julho, apresentando ao público as tradições locais de forma lúdica e interativa.
O festival foi idealizado com o intuito de resgatar as tradições e estimular a produção artística e cultural da região. Segundo a organizadora e comerciante Daniela Machado Dias, por ser um cenário para os turistas, Tiradentes já não é mais um cenário para o tiradentino que está esquecido.“Nós viemos com o intuito desse resgate de fortalecer, de trazer todos que começaram o primeiro ofício da cidade e toda essa arte tradicional que é daqui”, explica.
Tentando fazer do cidadão de Tiradentes um protagonista, o evento incluiu a participação do ferreiro Luís Gonzaga França. Ele já ministrou cursos pelo SEBRAE e agora é conhecido na cidade como mestre Zinho. O ferreiro explicou um pouco da importância de participar do festival e expor suas obras no Largo das Forras: “Ministrei curso em 2002 pelo SEBRAE, trabalhei mais de 35 anos nesta profissão agora sou aposentado, mas ainda faço algumas peças. Sempre tem gente querendo saber quem é o mestre zinho, então é bom participar pra ficar um pouco mais conhecido e marcar presença”.
Além de apresentar ao público as tradições locais de forma lúdica e interativa, o FAT- 2017 promoveu exposições de arte, oficinas diversas e debates sobre o patrimônio imaterial. O festival também promoveu algumas ações articuladas, como o Workshop “Rotas Turísticas: Sustentabilidade e Integração Participativa” que ocorreu no dia 20 de junho, no Centro Cultural Yves Alves, em parceria com a Rota do Sabor e SEBRAE.
Para a artesã Bianca Trindade, o evento ajuda muito os artesãos que não expõem com frequência na praça e mostra para os turistas como é o dia a dia desse profissional. “O evento é um destaque da cultura da cidade, porque o turista que vem até Tiradentes, vê igrejas, museus, a parte histórica, agora, aqui tá relatando o dia a dia da população fazendo seu artesanato”, ressalta.
Em sua primeira edição, o festival teve aprovação da lei federal de incentivo à cultura, a lei Rouanet, mas não teve o tempo hábil para a captação. Então, segundo a organização do evento, a realização foi toda de parceria, “foi tudo feito sem nenhuma verba de patrocínio”. Para as próximas edições, o foco será oferecer mais oficinas e cursos.
Texto/Van: Victor Zanola