Qual é a realidade do Sisu 2016/2 no Campo das Vertentes?
Dificuldade para o preenchimento de vagas no segundo semestre se repete
Com mais de 56 milhões de vagas, de acordo com o Ministério da Educação (MEC), a segunda edição do Sistema de Seleção Unificada (Sisu), em 2016, dá oportunidade de ingresso no Ensino Superior para estudantes que fizeram a prova do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) em 2015.
O Enem é uma avaliação, aplicada no final do Ensino Médio, elaborada pelo Ministério da Educação para verificar o conhecimento dos estudantes de todo o Brasil. Em 2016, as provas acontecem nos dias 5 e 6 de novembro e contam com mais de 8 milhões de inscritos. A nota do Enem é o critério fundamental para a participação em seleções de inserção no Ensino Superior, como o Sistema Unificado de Seleção (Sisu) e o Programa Universidade para Todos (ProUni).
Sisu
Já o Sisu, com entrada no início e no meio do ano, é um sistema gerenciado também pelo MEC, em que instituições públicas oferecem vagas para participantes da edição anterior do Enem que não tenham tirado zero na redação. A inscrição, feita exclusivamente no site do Sisu, é gratuita. Ao efetuá-la, o candidato escolhe duas opções de curso. Ao final, o sistema determina os candidatos com as maiores notas e define as colocações de cada curso. Aqueles que não conseguirem na primeira chamada podem se candidatar, inscrevendo-se na lista de espera para as próximas etapas.
A estudante Amanda Rocha, que já participou da seleção há três anos, considera que a segunda edição é igualmente concorrida. “As notas de corte permaneceram no mesmo nível do começo do ano e tive a mesma dificuldade para ser aprovada”, afirma. Ela ainda comenta o fato de que, no segundo semestre, existe a falta de opção para alguns cursos. “Não alterei a minha escolha, mas percebo que tem um déficit muito grande de cursos para o meio do ano, e o número de vagas diminui consideravelmente”, afirma.
Procura é grande
O Sisu 2016/2 contou com mais de 871 milhões de inscritos para as vagas de 65 instituições. Um número menor ao do ano anterior; com 72, em razão da autonomia das instituições para a oferta de vagas.
Outra diferença desta edição é o modo da chamada regular: acontece somente a primeira e, em seguida, a lista de espera. Entre os estados, Minas Gerais computou o maior número de candidatos (110.565) e de instituições (14).
Dentre os institutos mineiros do Campo das Vertentes, destacam-se a Universidade Federal de São João del-Rei e a Universidade Federal de Lavras. A UFSJ ofereceu entrada para 21 cursos, enquanto a UFLA para 25. Os mais procurados, em Lavras, são Medicina e Direito e, em São João del-Rei, os de Medicina (Divinopólis) e Psicologia.
Acesso facilitado
A Comissão Permanente de Vestibular é o setor responsável na UFSJ pelos processos seletivos de ingresso aos cursos de graduação. O presidente da COPEVE, José Trindade da Silva, vê o SISU como “uma porta de entrada mais fácil para a universidade, já que é um sistema unificado que possibilita ao estudante um leque de opções sem ter que se deslocar da sua residência para participar da seleção”.
Segundo ele, a procura por vagas da UFSJ aumentou, principalmente dos cursos em que a demanda no vestibular era pequena. Isso faz com que o processo seja demorado, então, a UFSJ lançou a Chamada Presencial, a última, em que todas as vagas acabam preenchidas.
Além do Sisu, outros programas como o ProUni (oferta de bolsas integrais ou parciais em instituições privadas) e o Fies (ajuda financeira aos estudantes para pagar a universidade particular) possibilitam o ingresso dos estudantes no Ensino Superior.
Plataforma descobre probabilidade de aprovação no Sisu
A escolha pela universidade e pelo curso ideais nem sempre se apresenta de forma fácil. Isso aconteceu com Lucas Balestrassi. Em 2012, o estudante pensou que sua nota não seria suficiente para a aprovação pelo Sisu. Então, seu pai, Pedro Paulo Balestrassi, professor de estatística, desenvolveu um algoritmo para análise das chances do filho. Assim nasceu o Previsor.
O aplicativo calcula a chance de entrada nas universidades pelo Sisu, considerando a nota do usuário no Enem e as listas de esperas dos anos anteriores. Hoje Lucas é diretor executivo do programa. Para ele esse é um modo de ajudar estudantes que ainda não decidiram seu curso. “Constatamos que muitos alunos deixam de entrar no Ensino Superior devido a uma escolha ruim de curso e tentamos, então, mudar esse cenário”, explica.
A plataforma ainda não é gratuita. No começo do ano, é cobrado o preço simbólico de R$10 para o acesso; já no meio, o valor é de R$ 19,90. A divulgação ocorre principalmente pelo Facebook (com 3.070 curtidas), o Google Adwords e em cursinhos. Nem todas as instituições são contempladas, somente aquelas em que é possível o acesso às informações. Dentre as seis desta edição, encontra-se a UFSJ e a UFLA.
Atualmente, o projeto faz parte do LAB001 – programa de aceleração da Universidade Federal de Itajuba -, e está na Incubadora de Empresas de Base Tecnológica em Itajubá (INCIT).
De acordo com a desenvolvedora de software e colaboradora, Yasmin Bacha, o Previsor tem sido relevante para os usuários. “Toda aplicação que auxilia na tomada de decisão tem sua importância na vida das pessoas. O aplicativo possibilita ao estudante uma vantagem competitiva, a partir do momento que mostra em quais cursos ele pode entrar”, comenta.
TEXTO/VAN: Graziela Silva