Projeto Inter Residências registra paisagens de São João del-Rei
Foto: Inter_Residências_Ações / Divulgação |
O sociólogo e gestor cultural Daniel Perini, co-criador do projeto junto ao fotógrafo Pedro Motta, explica a escolha: “O projeto foi criado considerando a região de São João Del Rei. Um fator fundamental é o trabalho artístico do Pedro Motta, que envolve as paisagens da região. Outro fator é uma sequência de projetos que já venho desenvolvendo na cidade, desde 2011. Destaco o Paralaxe Lab que favoreceu o surgimento do coletivo SENB. Estes fatores foram tão fundamentais quanto a proximidade e parceria com a ProEX, que desde sempre acreditou nessa proposta”.
Durante a residência, está sendo realizada uma intervenção artística não predatória na paisagem natural da região do Campo das Vertentes. A preocupação com a preservação e divulgação cultural é constante. Ao fim da vivência, serão realizadas conversas entre os artistas residentes, equipe de produção e a plateia, compartilhando com o público as reflexões construídas, e a publicação de um livro de 144 páginas com fotos e registros textuais de todo o processo, oferecendo à comunidade de São João del Rei uma nova visão de seus próprios espaços, buscando conscientizá-la acerca da necessidade de preservação e recuperação das riquezas regionas.
Mel Velloso, estudante de Comunicação Social e membro do coletivo SENB, afirma: “Acredito que São João del Rei tem pontos muito valorizados, como o centro histórico, que estão sempre sendo registrados. O IRA procura mostrar o outro lado da cidade, outras paisagens, e valorizar nosso entorno, procurando mostrar isso para os habitantes, que muitas vezes não conhecem os lugares que estamos conhecendo”. Já o fotógrafo Miguel Chikaoka ressalta que, ao fazer um registro mais ou menos regular, o artista acaba criando uma memória de si para com a cidade, o ambiente no qual transita.
À base de Troca
O aprendizado é vivenciado por todas as partes influenciadas pelo projeto: a comunidade, que ganha, por herança, um registro artístico de sua identidade, assim como os fotógrafos-artistas e os membros do Coletivo. Daniel Perini considera as residências artísticas como formas de multiplicar conhecimento, favorecendo as trocas e o aprendizado. “No caso do IRA, não é diferente. Ao mesmo tempo em que os artistas trazem consigo um repertório artístico imensurável, o coletivo SENB se apresenta como um interlocutor fortíssimo deste projeto com a comunidade de São João Del Rei. A herança que fica é um estreitamento de trocas entre os artistas, os jovens e a própria universidade”, destaca.
A estudante Mel Velloso aponta a importância da residência artística. “Acredito que é a melhor forma de aprendizado – aprender junto, compartilhando informações e
sentindo isto de uma forma mais artística, mais livre, não preso àquela velha forma mercadológica, buscando algo diferente, que ainda nao foi feito”, conta. O fotógrafo Chikaoka endossa a importância da colaboração: “A oportunidade do projeto é de vivência, de repensar o que estamos fazendo, novas propostas de leitura”, frisa.
O livro produzido pela equipe deverá ser lançado na próxima edição do Inverno Cultural da UFSJ, previsto para o período de 13 a 27 de julho, e constituirá uma herança cultural para a comunidade são joanense.