Presença que importa: Pai com seus gestos de amor e proteção
Por Júlia Resende
Um dia desses, rolando os vídeos disponíveis nas redes sociais, me deparei com um que, sem perceber, ficou guardado na minha memória. No vídeo, o dono do perfil abordava pessoas na rua oferecendo R$700,00 se elas topassem fazer um corte de cabelo esquisito. Após muitos dizerem não, a princípio, um senhor também negou a proposta, hesitou por 5 segundos e por fim, resolveu aceitar. Fez o corte esquisito (e tudo isso no meio de uma avenida movimentada de São Paulo). Ao ser questionado sobre o que faria com o dinheiro, ele disse: “Vou comprar um brinquedo pra minha filha”.
E a partir disso, vários assuntos foram abordados nos comentários do post. Um, em específico, dizia que primeiro, ao senhor falar não, ele pensou em si mesmo. Depois, aceitou passar pela situação e se colocar em “risco” para oferecer algo melhor à filha. Bom, acho que já dá para imaginar onde eu quero chegar com isso. Apesar do grande número de casos de pais que não são presença forte na vida dos filhos, muitos fazem a palavra pai ter sentido. Tem mãe que é pai, e tem pai que é mãe.
Pai é se sacrificar para oferecer o melhor pra vida gerada a partir dele. Pai é carregar uma enxada o dia todo no sol quente, é ficar em frente um computador por horas seguidas, é estar em constante movimento e mesmo assim, chegar em casa doido com um abraço quentinho do filho. Pai é repassar tradições, é ensinar os valores mais difíceis de serem ensinados, é ser firme em momentos que é difícil conter o choro. É se emocionar e ser apoio nas decisões que fazem a criança virar adulto. É saber a hora de deixar o filho voar.
E sentir o amor de pai é bom demais! É aconchego, é gratidão. É a busca constante por aprovação, mas a leveza de poder errar e contar com um ombro para chorar. É ter alguém para se inspirar e para ser refúgio. É aquela risada boa que conserta tudo e te faz lembrar de que é bom estar ali, sendo presença viva em família. E mesmo assim, é uma presença que muitas das vezes só é percebida na ausência.
Por fim, recordo das demonstrações de carinho dos filhos que começam a surgir nesta data. Um dia desses, uma amiga triste por não passar o dia dos pais grudadinha no seu. Hoje, um filho reconhecendo o esforço e exemplo que encontra no pai: “O senhor caminha no sol para que eu possa andar na sombra”. Outro dia, uma mãe se esforçando para demonstrar todo o carinho do filho bebê no primeiro dia dos pais do marido, através de uma cartinha. Tudo isso, pra mim, faz muito sentido.