Plebiscito Popular contra a privatização das estatais recolhe votos em São João del-Rei
Por Júlia Resende
De 21 de abril a 1 de maio, urnas foram colocadas em vários pontos da cidade a fim de que os são-joanenses participassem do Plebiscito Popular em Defesa das Estatais Mineiras. Organizada por movimentos sociais, partidos políticos, sindicatos e movimentos estudantis espalhados por toda Minas Gerais, a ação alcançou mais de 100 cidades mineiras e foi construída a partir da apresentação da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 24/2023 do governador do estado, Romeu Zema.
Essa emenda propõe a retirada da exigência de serem feitas consultas públicas para o processo de privatização das empresas estatais, como a Cemig, Copasa, Codemig e Gasmig. A PEC aguarda parecer de comissão na Assembleia Legislativa e, desde o começo de sua tramitação, trouxe indignação entre os mineiros. No site da Assembleia, no espaço destinado à opinião pública dos projetos, até o fechamento desta notícia, às 16 horas do dia 3 de maio, 6778 se manifestaram contra, e 274 a favor da aprovação da Emenda.
A intenção do Plebiscito em São João del-Rei, articulado a partir de reunião realizada em 7 de abril, foi de contabilizar cerca de 1000 votos em todas as urnas, que foram acomodadas em frente a Casa dos Comitês, na Rua da Cachaça; no Calçadão, no Centro; no bairro Senhor dos Montes; nos campi da UFSJ; na rodoviária nova e na antiga; e em outros pontos estratégicos da cidade. Com o término do período de votação, os votos estão sendo apurados e todo o material recolhido será levado à capital mineira para fortalecer o debate.
Além de exercer o direito de participar e de proteger o patrimônio, a participação são-joanense garante também a defesa de interesses que podem afetar diretamente toda a região, já que a Cemig cobre toda a distribuição de energia da cidade, assim como a Copasa é responsável pela distribuição da água de alguns bairros, e a Codemig influencia as atividades de todo estado.
O Plebiscito levanta pontos que podem afetar diretamente o serviço prestado e o valor cobrado por essas empresas caso ocorra a privatização, como o fim das tarifas sociais, a demissão dos trabalhadores, a menor segurança, o pouco investimento em melhorias e a consequente piora da qualidade do serviço, além das contas mais caras.
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