Nova visão dos velhos clássicos
Inspirados pela valsa espanhola em forma de choro do compositor Jacob do Bandolim, a banda Santa Morena usa o nome da obra-prima da música brasileira para nomear o novo grupo que surge, com o propósito de fazer uma releitura de grandes clássicos da música popular brasileira e de clássicos internacionais, resultando numa sonoridade única e criativa, versátil e elaborada.
O Santa Morena teve início em meados 2011. O que começou como uma brincadeira dos amigos Rafael Dias, César Diniz e Max Sales acabou resultando, primeiramente, em um trio, formado de improviso, após um convite para tocarem em um bar. Em janeiro de 2012, André Mendes, que já era amigo de longa data de Rafael, foi convidado a fazer parte do grupo, assumindo a percussão e dando origem ao quarteto atual.
A formação e experiência musical de cada integrante do grupo são peças-chave para uma música de qualidade, que resultou já em dois espetáculos: “Brasil Moreno” e “Smoke In The Rio”, apresentados em grandes festivais de música e arte.
César Diniz, natural de São João del-Rei (MG), flautista do quarteto, graduou-se em Música pela Universidade Federal de São João de-Rei (UFSJ). Foi selecionado, dentre alunos de diversas partes do mundo, para integrar a classe de flauta de um reconhecido professor, na Suécia, onde trabalhou sob a regência de maestros de grande renome internacional. De volta ao Brasil, foi vencedor de vários concursos musicais. Atualmente, César é mestrando em performance musical (flauta transversal), na Universidade Federal da Bahia.
Violinista do quarteto, Rafael Dias, também são-joanense, graduou-se em Música pela Universidade Federal de São João del-Rei (UFSJ). Participou de master-classes com renomados violinistas nacionais e internacionais, tendo integrado diversos grupos de câmara, bem como orquestras semi-profissionais em concertos e festivais pelo país. Hoje, Rafael é professor de violino, música de câmara, percepção musical, musicalização e regente de orquestra jovem.
Max Sales, natural de Lavras (MG), violonista e contrabaixista do quarteto, graduou-se em Música pela Universidade Federal de São João del-Rei (UFSJ). Sua formação abrange tanto a música popular quanto a música erudita, tendo atuado como intérprete, compositor/arranjador, solista e em diversas formações de grupo de câmara. Participou de cursos e oficinas diversos e, como violonista, participou das master-classes de grandes músicos nacionais e internacionais.
André Mendes, natural de Londrina (PR), percussionista do quarteto, é mestre em Música pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Iniciou seus estudos em percussão de maneira autodidata, tocando em bandas de rock e realizando inúmeras pesquisas de campo no universo das culturas populares afro-brasileiras. Atualmente, leciona percussão e bateria, bem como coordena o Mucambo, projeto criado com a intenção de pesquisa e ensino de culturas populares, através de oficinas, aulas-espetáculos e shows.
O obstáculo que estes grandes músicos precisam transpor são, em especial, a falta de profissionalismo e desvalorização do trabalho. Para realizar o sonho de fazer o que se gosta, é necessário muito estudo, investimento financeiro, finais de semana trancados em quartos, ônibus ou albergues. A preparação não é feita horas antes do show, mas são dias e dias de trabalho.
Apesar dos obstáculos, o Santa Morena acredita na qualidade de seu trabalho, o que certamente propicia um futuro promissor para o novo grupo.
VAN/Diego Damasceno, Rafaela Ramos, Tiago Santos
Foto: Arquivo pessoal