Nando Reis, um contador de histórias de amor
Com repertório recheado de sucessos, o cantor se apresentou para cerca de 3 mil pessoas em Tiradentes
“Subir no palco é o grande momento da profissão. Sem vocês, não teria graça”, contou o cantor e compositor Nando Reis em sua primeira fala ao público durante o show realizado na noite de ontem, 22, em Tiradentes – MG. Com 2h30min de duração e apoiada nos principais sucessos de Nando, a apresentação do primeiro Festival da Liberdade agradou aos fãs que encheram o Parque das Abelhas.
A entrada do público no pequeno espaço do Parque foi liberada por volta das 22h. O espaço foi dividido entre dois ambientes, a pista comum (com ingressos a R$50 no segundo lote) e o camarote (com ingressos a R$130). Ambos lotados. Somente às 23h:33min a banda de abertura, James Baby, subiu ao palco. Os 50 minutos de show pareceram distrair o público, apesar do repertório genérico e raso, baseado em fracas versões rock and roll de hits já conhecidos. Uma banda de perfil enlatado, que parece ter surgido de um reality show musical.
À 01h:12min, Nando Reis e sua banda subiram ao palco, para alívio e felicidade das pessoas que esperaram por 3 horas. Durante os primeiros quinze minutos de show, estiveram presentes as canções de Jardim Pomar, álbum mais recente de Nando. A plateia parecia pouco familiarizada com o repertório. Ouvir os sucessos do cantor era seu maior interesse, o que ficou claro quando o refrão de “Marvin” foi cantado em coro. “Segundo Sol” arrancou suspiros da plateia.
Na turnê Jardim Pomar, Nando Reis conta com uma banda formada por músicos experientes e entrosados, que divertem-se no palco. A execução é boa, embora a qualidade de algumas canções seja bastante duvidosa. Prevalece a monotonia do pop rock.
O público era formado por um grande número de casais, o que diz muito a respeito da fase em que a obra do artista se encontra desde que deixou os Titãs. Vemos Nando Reis comedido e cortês, apresentando um repertório de músicas românticas que não fazem mal a ninguém.
Quando os sucessos de Nando surgiram em sequência, na metade final do show, tudo pareceu funcionar melhor, tanto para a audiência quanto para os músicos no palco. Sua figura carismática e o fato de o Parque das Abelhas ser um espaço pequeno contribuíram para criar uma atmosfera de proximidade entre o artista e seus fãs. Aqueles que esperavam por maior interação entre Nando e a plateia, voltaram para casa decepcionados. Aqueles que pagaram mais caro para ter a chance de fugir do aperto da pista comum, idem.
Ao final, “Do seu lado” encerrou a boa apresentação na noite agradável de sábado, em Tiradentes. “Vocês são muito… generosos”, exclamou Nando Reis ao se dirigir ao público pela última vez. As luzes então se apagaram, e as pessoas deixaram o Parque das Abelhas claramente satisfeitas.
Texto/VAN: João Vitor Bessa