Mineiro Evaldo Balbino lança premiado livro em Resende Costa
Celebrado no Prêmio Saraiva de Literatura, “Os Fios de Ícaro” narra a história de um jornalista em busca de suas memórias
Após lançar o seu novo livro “Os Fios de Ícaro” em Belo Horizonte, na última quarta, 18, chegou a vez do escritor mineiro, Evaldo Balbino, lançar a sua obra em sua terra natal, Resende Costa. O evento será realizado a partir das 19h30 do dia 28 de novembro, no Teatro Municipal da cidade. O livro narra a história de um veterano jornalista, que viveu grande parte da vida adulta envolto na atmosfera ditatorial brasileira e constrói suas memórias utilizando-se de cartas e notas tomadas em 1978 à mesa do bar Boêmios.
“O que me levou a escrever esse livro é o que sempre me leva a escrever: a busca da compreensão através da beleza da literatura. É do humano o desejo de compreensão. Insatisfeitos com tudo o que nos incomoda, tudo o que nos é desconhecido, almejamos compreender. Daí erigirmos teorias, monumentos, discursos, registros, artefatos; enfim, linguagens”, explica Evaldo.
O escritor e poeta é licenciado em Letras, mestre em Literatura Brasileira e doutor em Literatura Comparada pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), onde é pesquisador de literatura, professor efetivo de Língua Portuguesa e professor permanente do Mestrado Profissional em Letras da Faculdade de Letras.
Além de “Os fios de Ícaro”, Evaldo já publicou outros quatro livros, sendo dois de poesia (Moinho, de 2006 e Filhos da Pedra, de 2011), um de crônicas (Móbiles de Areia, de 2012) e um de contos (Amores Oblíquos, de 2013). Também possui textos publicados em antologias de circulação nacional, suplementos literários e jornais. No Jornal das Lages, de Resende Costa, publica mensalmente a coluna Retalhos Literários.
O seu primeiro romance, prestes a ser lançado, já foi agraciado com o 3º lugar do Prêmio Saraiva de Literatura e Música na categoria Literatura Adulta. “É lógico que sempre desejo que o meu trabalho circule, que chegue aos leitores, que com ele eu possa comunicar esta experiência com o leitor: a busca de compreensão via beleza. Sabemos que, por mais que haja critérios no julgamento de uma obra artística, sempre a subjetividade atravessa todo o processo. O fato de meu livro estar entre os vencedores atesta um reconhecimento do trabalho meu, sem dúvida alguma. Fico feliz com o prêmio, pois ele contribui, e muito, para a divulgação do meu trabalho”.
Ele também destaca os desafios da empreitada: “Sua proposta (do livro) é fazer-se labirinticamente. Mesmo havendo um narrador central que conduz todo o discurso, o enredo vai se construindo em idas e vindas a partir das memórias de um jornalista e, antes de tudo, de um ser humano. Ser humano envolto por questões particulares e sociais. E esse narrador vai tentando concatenar os fios da sua vida e das vidas alheias, das pessoas que estiveram e estão à sua volta”.
Escritor consolidado e multiplamente premiado, Evaldo analisa que não perdeu a essência de seu primeiro livro, mas vê uma evolução natural de seu trabalho: “Estou sempre falando dos mesmos temas em termos gerais. O ser humano se repete há milênios. O que muda são as formas, mas sempre se dizem as mesmas coisas. Nesse sentido, penso, acho que cada vez mais tenho adquirido domínio da forma. Tanto que agora está saindo justamente um romance, cujo emaranhado demanda muito do escritor”.
TEXTO/VAN: LUCAS MARANHÃO
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