O evento contou com a participação de 4 profissionais para discutir diferentes aspectos do caso

FOTO: Divulgação
FOTO: Divulgação

Na última sexta feira, dia 28, ocorreu a Mesa redonda “Rompimento das Barragens: somos todos atingidos”. O evento aconteceu no anfiteatro do Campus Santo Antônio e encerra o ciclo de atividades promovido pelo I Seminário do Cegas: Conflitos Ambientais e Participação Social.

O seminário, realizado pelo  CEGAS – Centro de Estudos em Gestão Ambiental e Sustentabilidade e o EMIDESUR – Encontro Mineiro de Desenvolvimento Sustentável Urbano e Rural, possui o apoio de diversas entidades como a  Universidade Federal de São João Del Rei, Coordenadoria do Curso de Administração da UFSJ, Programa Casa Verde, curso de Zootecnia e a Incubadora Tecnológica de Cooperativas Populares. As atividades ocorreram entre 26 e 28 de Outubro, contendo em sua programação palestras, mostras científicas, mesa redonda e minicursos. De acordo com o  professor universitário, Sálvio de Macedo Silva, a ideia da mesa redonda surgiu pela necessidade de se manter o debate iniciado em novembro de 2015, quando foi discutido o desastre em decorrência do rompimento das barragens da mineradora SAMARCO.

Sálvio também comenta a importância de se apresentar assuntos como gestão ambiental e sustentabilidade à população: “A importância decorre da urgência do tema e de seus impactos diretos sobre a vida na terra. O efeito devastador ainda não foi superado principalmente por famílias que tiveram suas vidas reviradas totalmente e pelo equilíbrio ambiental que deverá levar muitos anos para ser recuperado.”  A mesa redonda foi aberta ao público e contou com a participação de 4 profissionais para discutir diferentes aspectos do caso.

O estudante Marco Tulio Rodrigues Ribeiro, que esteve presente no evento, se interessa pelo tema e acompanha o caso desde seu início, além disso, sua cidade natal é próxima do rio doce e possui familiares na cidade de governador Valadares que foram afetados pela falta de água .

A mesa foi conduzida pela Professora Maria Clara e teve início com a participação do Promotor de Justiça da comarca de Mariana, Guilherme de Sá Meneghin. Em uma de suas falas, durante o debate, o promotor tratou o caso como um evento histórico de reparação dos direitos humanos. Ele também comentou sobre a ação movida contra os responsáveis pelo rompimento, explicou algumas dificuldades, como foi realizado o processo desde do início e sobre as indenizações recebidas pelos atingidos.

Em seguida, a fala foi conduzida à Advogada Popular, Isabela Pena Corby. Ela relatou alguns aspectos do trabalho de escuta e sobre a orientação realizada nos locais atingidos e ainda, ressaltou uma fala marcante de um dos moradores, Expedito de Bento, que a perguntou: “Ô doutora esse tal de direito não dá conta disso tudo que tá acontecendo aqui não, né?”, contou a advogada.

Logo após, o engenheiro geólogo Diógenes Pampolini deu início a parte técnica, com termos e conceitos sobre tipos de barragens, explicando todo o processo, desde o colapso da barragem do fundão.

O Geógrafo Roberto Franco Júnior continuou com mais alguns aspectos técnicos e relatou alguns impactos resultantes da tragédia. Segundo ele, os locais enfrentam atualmente um inchaço nos hospitais públicos, grande número de desempregados, queda de 60% na rede de hotelaria e o fechamento das escolas mantidas pela Samarco. Ao final, foi aberto um espaço para o público direcionarem perguntas aos participantes.

TEXTO/VAN: Scarlet Freitas

Deixe comentário

Seu endereço de e-mail não será publicado. Os campos necessários são marcados com *.

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.