Instituto NICHO 54: uma oportunidade cinematográfica para negros e negras
O Instituto NICHO 54, fundado em 2019, atua no incentivo de profissionais negros e negras no cenário brasileiro de audiovisual. O trabalho realizado pela instituição busca promover equidade racial e de gênero, visando a estruturação de carreiras para homens e mulheres negras. Atualmente comandado por Fernanda Lomba, diretora executiva da fundação, e pelo programador-chefe do instituto, Heitor Augusto.
Fernanda Lomba é produtora executiva e atua no mercado desde 2014, ela é diretora de produção e produção executiva para alguns documentários brasileiros e atualmente se dedica a produção executiva criativa de projetos de ficção. Já Heitor Augusto é curador, pesquisador e professor, teve sua carreira na área do audiovisual iniciada em 2007, como crítico de cinema.
O trabalho do Instituto NICHO 54 é baseado em três pilares principais, a formação, que capacita jovens profissionais a exercerem diferentes funções dentro do audiovisual e fomenta a cultura cinematográfica. A curadoria, que tem ênfase na formação de um olhar e disputa do imaginário, buscando uma programação de filmes para o público geral e também em oficinas de vivência curatorial para jovens profissionais negros. E por fim, o mercado, com ações que estimulam a aproximação entre profissionais e a indústria, assim como a sensibilização de agentes contratantes, para expandir o mercado para produções negras.
Entre as principais ações promovidas pelo instituto está o Mapeamento de Profissionais Negros do Audiovisual. A atividade ainda em construção, busca identificar o perfil e status de carreira dos profissionais, como forma de colaborar para o portfólio e facilitar a comunicação entre contratantes e contratados.
No evento de lançamento do Nicho 54, em novembro de 2019, a Mostra “Amor Negro Heroi”, contou com a exibição de 16 filmes de curtas, longas e medias metragens durante oito sessoes. Também foram integrados a programação quatro workshops com o diretor de comunicação do Discovery, André Mermelstein; a diretora e roteirista do curta “Pattaki”, Everlane Moraes; a roteirista e co-criadora de Todxs, Vera Egito e Alberto Pereira Jr, do Trace Brazuca. Além disso, foram ofertadas masterclasses com a diretora de produções originais Netflix no Brasil, Maria Angela de Jesus e Ana Julia Travia, diretora e roteirista de Sample.
Em 2020, aconteceu o Arte Nicho Novembro com o tema “Audiovisual Como Direito ao Trabalho”, mostra de filmes que exibiu 4 longas e 12 curtas-metragens, sendo 8 premières brasileiras, com histórias de diversos países. Para focalizar o mercado, o evento realizou quatro debates e no eixo Formação, o Lab Nicho 54 colaborou para o desenvolvimento de projetos de pessoas negras.
Dentro desse mesmo evento, também foi desenvolvido o Lab Nicho 54. Nele foram oferecidas mentorias com profissionais experiêntes na área do audiovisual para doze projetos de criadores negros que ainda estavam no início de sua criação. O laboratório recebeu apoio e investimento de diversos parceiros, sendo eles: Globo Filmes, Projeto Paradiso, DocSP, Roteiraria, Quanta Post, Aspas Audiovisual, Uno Filmes, Olivieri Advogados. Além de colaborações financeiras, também foram oferecidas bolsas de estudo, consultorias, ajuda na produção dos documentários e outras oportunidades.
Já no meio virtual, o instituto realizou o Nicho Responde. Que foi uma série de encontros online para debater sobre política, mercado de trabalho e direitos trabalhistas a partir da visão de profissionais negros e negras do audiovisual brasileiro. As discussões foram transmitidas pelo Facebook do instituto e posteriormente disponibilizadas para o público em geral. Foram sete encontros, nos quais foram abordados os temas: pós produção, direção de arte, roteiro, crítica, direção de fotografia, direção e produção executiva.
Arthur do Vale
Ana Luiza Vieira
Gabriel Póvoas
Júlia Morais
Júlia P. Braga
Louise Zin
Maria Paula Morais
Millena Calazans
Nathália Ferreira
Rafael Cruz
Susane Costa