A quarta e maior edição do festival ocorre predominantemente em formato presencial no Centro Cultural São Paulo, com reprises na plataforma de streaming SALA 54.

Por  Isadora Jales, Laura Pereira, Jordana Nery,

Giovana Fuccio, Celine, Hanna Alvarenga,

João Gabriel, Larissa Lima, Vitória Cristina, Rafael, Gustavo

Começou, na última sexta (04), a edição 2022 do Festival NICHO Novembro, focado em produções audiovisuais que retratam as culturas e vivências negras do Brasil e do mundo. De volta ao presencial (após a pandemia do COVID-19), o evento é organizado pelo Instituto NICHO 54, fundado em 2019 e que trabalha pelo desenvolvimento da carreira de profissionais negros no setor audiovisual. O festival, em formato presencial, é gratuito até o dia 13/11 e acontece simultaneamente no Centro Cultural de São Paulo e no Instituto Moreira Salles, além da programação online disponível para todo o Brasil pela plataforma SALA 54. Apenas as atividades abertas necessitam de ingresso, que poderão ser retirados na página do evento no Sympla ou no dia e nos locais dos eventos.

Além da Mostra de Filmes, o festival promove Painéis de Mercado, Exposições, Workshops e Celebrações, podendo o público participar das rodas de conversa sobre os filmes, conferir a exposição fotográfica inédita sobre a trajetória do Instituto NICHO 54, curtir um show musical com a banda AfroJam -SP e assistir uma sessão especial ao ar livre, no Jardim Suspenso do CCSP. A Mostra contempla a exibição de 31 filmes, incluindo títulos que passaram por festivais internacionais como a Berlinale, o Blackstar e Locarno, e dentre os Painéis de Mercado destaca-se a presença de Maria Angela de Jesus, da Paramount. Os ingressos de cinema poderão ser retirados na bilheteria da sala Lima Barreto – sala de cinema do CCSP – com 1 hora de antecedência, e o acesso ao show e à sessão ao ar livre podem ser adquiridos via Sympla.

“O Nicho Novembro é o evento mais importante do ano para o Instituto Nicho 54. Em 10 dias, como parte da agenda de celebração e lutas da comunidade negra que marca o mês de novembro, o festival materializa nossos três eixos de atuação, com atividades de formação profissional no audiovisual, debates e contribuições práticas para a construção de um mercado de trabalho com equidade racial e de gênero, e curadoria, com uma mostra de filmes que celebra as vidas negras em toda nossa potência e complexidade”, diz Fernanda Lomba, cofundadora e diretora-executiva do Nicho 54.

O Festival se prepara para receber, durante os dias 4 e 13 de novembro, mais de mil pessoas nas atividades presenciais e outras 1,5 mil pessoas via plataforma de streaming. Confira a programação completa acessando este link.

“O Nicho Novembro é o evento mais importante do ano para o Instituto Nicho 54. Em 10 dias, como parte da agenda de celebração e lutas da comunidade negra que marca o mês de novembro, o festival materializa nossos três eixos de atuação, com atividades de formação profissional no audiovisual, debates e contribuições práticas para a construção de um mercado de trabalho com equidade racial e de gênero, e curadoria, com uma mostra de filmes que celebra as vidas negras em toda nossa potência e complexidade”, diz Fernanda Lomba, cofundadora e diretora-executiva do Nicho 54.

Para mais informações, acesse o perfil do Instagram do Nicho 54.

Festival Híbrido de Cinema Negro
Fotos da abertura do Festival em 04/11, por Guilherme Souza

Festival Híbrido de Cinema Negro
Fotos da abertura do Festival em 04/11, por Guilherme Souza

NICHO 54

Fundado e liderado por profissionais negros (Fernanda Lomba, Heitor Augusto e Raul Perez) desde 2019, o Instituto NICHO 54 trabalha pela promoção e valorização dos negros brasileiros na indústria audiovisual por meio de iniciativas de treinamento e partilha de conhecimento; curadoria e (re)construção de imaginários; e uma interface vívida com os participantes da indústria. Com o objetivo de promover um ambiente de igualdade racial, com atenção especial à interseccionalidade – gênero, classe e orientação sexual –, os esforços do instituto estão concentrados no apoio à carreira de pessoas negras em posições de liderança criativa, intelectual e econômica na indústria cinematográfica.

O NICHO 54  trabalha a partir de três eixos integrados: Formação, Curadoria e Mercado. Vislumbrada de forma holística, a Formação se espalha por toda a atuação do instituto e compreende desde atividades de treinamento e aprimoramento das habilidades técnicas e criativas quanto o compartilhamento de informações e experiências. Já o eixo Mercado promove estímulos à aproximação entre profissionais e a indústria, bem como a proposição de novos marcadores para a cultura de trabalho em audiovisual no Brasil. Entre ela estão: construção de banco de dados de profissionais negros, sensibilização de agentes contratantes e realização de ambientes de mercado para projetos de realizadores negros. Já a Curadoria se configura como o olhar e disputa do imaginário, tanto na programação de filmes para o público em geral quanto na oferta de oficinas e vivências curatoriais para jovens profissionais negros.

*texto retirado do Site Institucional

A SALA 54

A Sala 54 surgiu como alternativa à impossibilidade do público de se reunir pessoalmente em uma sala de cinema para compartilhar filmes pretos, principal proposta da primeira edição do Nicho Novembro, realizada em 2019 na sala de cinema do Jardim do Centro. Portanto, a SALA 54 é a plataforma de streaming do NICHO 54, onde o público pode ter acesso às mostras de filmes do Eixo Curadoria de forma gratuita e acessível a todas as pessoas.

SINOPSES

  1. SINOPSE – CANHÃO DE BOCA

Canhão de Boca é um documentário com 52 minutos de duração, realizado por Ângelo Lopes e produzido por Samira Pereira. Ele aborda a construção da liberdade em Cabo Verde a partir dos programas de rádio.

O filme inédito discute a criação da Rádio Libertação, em 1967,  para difundir os ideais do Partido Africano para a Independência da Guiné-Bissau e  Cabo Verde (PAIGC). 

Mesclando presente e passado, a obra conta com a participação de Amélia Araújo, a principal locutora e animadora da Rádio Libertação, emissora criada em 1967 e utilizada pelo PAIGC para difundir suas ideias durante o conflito que opôs o Partido ao Exército Português na luta pela independência (1963/1974). Participam também a economista e comentarista cabo-verdiana Rosário Luz e o diretor da Rádio Morabeza de Cabo Verde, Nuno Andrade Ferreira.

  1. SINOPSE – A PERDA DE JOY

No curta de Juliana Kasumu, a jovem “Faith” (em português, “Fé”) trava uma batalha interna contra o luto para aceitar o primeiro aniversário da morte de sua irmã. A chegada de Olívia, amiga e ex-companheira, cria uma nova nuance na jornada da protagonista. Com Michelle Tiwo, Shanay Neusum-James, Deji Tiwo, o curta de 15 minutos do Reino Unido promete emocionar os espectadores através da evolução da personagem ao explorar sua própria vulnerabilidade.

  1. SINOPSE – ESCONDERIJO DOS LAGOS GÊMEOS

“Esconderijo dos lagos gêmeos”, em inglês, “Twin Lakes Haven” é uma produção de 22 minutos de autoria de Philbert Aimé Mbabazi Sharangabo, que conta a história de uma mulher e um casal. Em uma casa solitária nas proximidades dos lagos gêmeos no norte de Ruanda, a jovem mulher, muito misteriosa, passa uma curta estadia na casa do casal. Ao longo desse tempo, os três começam a se aproximar aos poucos, provocando mistérios e curiosidades.

  1. SINOPSE – AINDA ESTAMOS AQUI

Com o título original de “Nos Tenemos”, o documentário porto riquenho, de 2022,conta a história de jovens moradores da ilha caribenha, que também é um território não incorporado dos Estados Unidos. Em meio às montanhas, no centro de Porto Rico, a cidade de Comerío enfrenta a devastação causada pelo Furacão Maria, trazendo ainda mais transtornos para uma população já abalada por crises econômicas e políticas. Liderados por Mariangelie Ortiz, de 24 anos, jovens moradores viajam para Washington D.C. para protestar no Congresso do que é, oficialmente, o governo de seu país. O filme registra uma jornada de protagonismo juvenil, amadurecimento e luta pelo futuro de suas vidas e de suas comunidades.

  1. SINOPSE – SESSÃO BRUTA

Com título original de “Seção Bruta” de As Talavistas e ela.ltda, o longa vencedor da Mostra Aurora da 25ª edição da Mostra de Tiradentes, é um filme que está sempre por fazer, em um processo ilimitado de inícios, meios e fins. Possui a duração de 1h24 com o gênero experimental nacional. Rodado a quente com uma câmera Mini-DV, em 2018, sem grandes preparativos, mas com muito suor e cerveja, o filme se apresenta como uma sucessão de prólogos de um filme sempre por fazer. O que une todos é o desejo de pegar para si uma fatia do mundo.

  1. SINOPSE – MEN NAN MEN 

Estella Valsain é ex-aluna de cinema do Instituto Artístico, mas trabalha principalmente como professora, pois no Haiti há poucas oportunidades para cineastas.

Inspirada pela série estadunidense  “Orange is The New Black”, que se passa em um presídio feminino dos Estados Unidos, Estella percebeu como as mulheres dessa realidade precisam de apoio e reúne suas amigas para dar oficinas de artesanato para mulheres encarceradas de uma prisão da cidade.

Através da solidariedade de sua comunidade, “Men Nan Men” é um documentário que acompanha o trabalho de Estella com mulheres no sistema prisional e dá voz a essa população negligenciada.

  1. Sinopse de “Manhã de Domingo”

Em “Manhã de Domingo”, o diretor e roteirista Bruno Ribeiro apresenta Gabriela: uma jovem pianista rumo à uma apresentação. Da exaustão das aulas e ensaio;  dos silêncios e vazios, a jovem experiência um passado que flutua no presente. No dia anterior ao seu grande recital, Gabriela sonha com a mãe e a partir desse encontro onírico, é lançada aos encontros que a permitem harmonizar suas memórias.