Fé e Devoção marcam festa da padroeira de Nazareno
Festividades aconteceram na última semana
O Jubileu Perpétuo foi concedido pelo Papa Pio IX no dia 19 de fevereiro de 1864, a pedido de Dom Antônio Viçoso, bispo de Mariana. 151 anos se passaram e as tradições das festividades em honra a Nossa Senhora de Nazaré se mantém vivas. Durante a primeira semana do mês de setembro, a cidade de Nazareno é movimentada pelos romeiros, devotos e comerciantes de todo o Brasil, em que os principais dias do evento são: 7, 8 e 9.
Durante o novenário, a igreja fica repleta de fiéis, e a orquestra e coro de Nazareno, contribui com os hinos de louvor. Para o Padre Betinho da paróquia de São Sebastião da cidade de Oliveira “A festa de Nossa Senhora de Nazaré é uma manifestação de devoção a Nossa Senhora e nos conduz ao seu filho Jesus.”
Na edição deste ano, o tempo estava instável, mas a chuva não desanimou os que vieram prestigiar as festividades. Muitos dos transeuntes passaram pela sala de ex- votos.
“Eu gosto de visitar a sala de milagres, pois a vejo como um espaço que verificamos a ação de Deus na vida das pessoas, e alimenta a nossa fé” disse Cristina Sacramento, de São João del-Rei. Cristina disse que é a terceira vez que vem na festa da padroeira e visitou primeiramente o Santuário aos quatro anos de idade.
Na sala de milagres, podem ser encontrados relatos e testemunhos, como o da são-tiaguense Adélia Carmo: “Meu filho nasceu no dia 8 de setembro, em que celebramos a natividade da Virgem de Nazaré. E, após um acidente, em que um carro atingiu sua bicicleta, ele quebrou a perna e fraturou a coluna. Entreguei nas mãos de N. Senhora e após sua recuperação todos os anos venho ao Santuário agradecer”. Várias pessoas saíram da cidade de Ibituruna e fizeram o trajeto a pé a até Nazareno, totalizando um percurso de aproximadamente 21 km.
Os comerciantes que montam as barracas relatam as dificuldades enfrentadas, mas também as partes positivas da profissão. Elvira Maquera, que é boliviana e trabalha no ramo há 10 anos, declara: “Gosto da gastronomia brasileira, o feijão é muito bom. Estou experimentando a comida que os africanos trouxeram. A questão do lucro nas vendas às vezes é difícil, um dia a gente ganha, no outro não”.
O estudante do Curso de Ciências Econômicas da UFSJ, Anderson Vitor Moreira, também comentou sobre o comércio: “O comércio que se instala na cidade nesse período é o que a gente pode chamar de comércio móvel. A Festa de certo modo, aquece a economia do município no setor de serviços como hotelaria, restaurantes”.
TEXTO/VAN: THAIS ANDRESSA
FOTOS: THAIS ANDRESSA