Com o nome do fundador de São João del-Rei, a instituição consagra-se na educação básica de gerações, em especial, do bairro Matosinhos

A exposição da sala da saudade traz objetos que recordam a história da escola durante gerações - FOTO: Graziela Silva
A exposição da sala da saudade traz objetos que recordam a história da escola durante gerações – FOTO: Graziela Silva

Quando uma escola atinge 70 anos de ensino dedicado a crianças e adolescentes, sabe-se que ela cumpre seu papel como berço da educação. Deste modo, a Escola Estadual Tomé Portes del-Rei, situada no bairro Matosinhos, comemorou o 70º aniversário da instituição com programação própria, entre os dias 21 e 23 de março, contando com a presença de alunos, ex-alunos, professores, famílias e da direção.

A escola, datada no dia 23 de março de 1946, com nome em homenagem ao fundador da cidade de São João del-Rei, Tomé Portes, foi idealizada pelo professor Iago Pimentel. Inicialmente, funcionou num prédio particular, à Praça Chagas Dória, no bairro Matosinhos. Maria da Conceição Guimarães, ou Naná, foi a primeira diretora, formada em Administração escolar no Instituto de Educação, com período de gestão entre 1946 e 1961.

A programação, em comemoração ao aniversário, teve início na última segunda, 21, com a recreação dos alunos no clube Pesque Pague. Já na terça, 22, a festividade aconteceu em uma gincana na Quadra Siderúrgica, de 08h até 11h30, com o objetivo de homenagear os ex-diretores da instituição, os quais se fizeram presentes. A culminância ocorreu no dia 23, data real do aniversário, em um momento festivo na escola, em que alunos e a comunidade local puderam prestigiar uma apresentação da banda do quartel e, logo após, os agradecimentos, aos atuais responsáveis pela instituição, feita exclusivamente pelas crianças.

Com textos, músicas, medalhas e troféus, professores são homenageados por alunos durante comemoração - FOTO: Graziela Silva
Com textos, músicas, medalhas e troféus, professores são homenageados por alunos durante comemoração – FOTO: Graziela Silva

O presente diretor Diorge Juliano Silva, que atua no cargo há nove anos, afirma se sentir muito emocionado com a festividade. “Já faz dezesseis anos que trabalho aqui, pois logo depois da minha formatura em Barbacena, eu vim para São João del-Rei, onde fui muito bem acolhido. Tenho imensa gratidão por essa escola e pela comunidade local, eles me aceitaram. Os 70 anos comemoro grato por esse acolhimento que tive”, declara.

Por falta de instituições de ensino no bairro Matosinhos, o Tomé Portes foi criado ali. Uma forte ligação sempre existiu entre a escola e a comunidade, em especial antigamente, quando o espaço escolar era emprestado para a ocorrência de festividades comunitárias. Hoje, a Secretaria de Educação não permite o empréstimo, mas os vizinhos sempre estão lá, principalmente, os membros das famílias de alunos.

A professora, que também é ex-aluna do colégio, Edna Aparecida dos Santos, vê nessa comemoração o resgate do que viveram gerações. “Essa escola é muito antiga, ela nasceu e cresceu com o bairro do Matosinhos. Torna-se um diferencial, pois por aqui passaram inúmeras gerações de famílias: pais, filhos, netos e até bisnetos estudaram no mesmo lugar. Hoje dou aula nessa escola, onde eu estudei, onde minha mãe estudou”, afirma.

Ex-funcionários participam da festividade dos 70 anos da escola. Na foto, antiga diretora posa na sala da saudade - FOTO:: Graziela Silva
Ex-funcionários participam da festividade dos 70 anos da escola. Na foto, antiga diretora posa na sala da saudade – FOTO:: Graziela Silva

Um dos objetivos era trazer os ex-funcionários para a festividade. Além dos diretores homenageados na gincana, em que cada equipe representava um deles, os antigos professores e outros cargos receberam agradecimentos junto dos atuais profissionais. “Os 70 anos foram justamente para chamar os ex-alunos e funcionários. Um modo de reviver o passado, viver o presente, para construir o futuro”, diz o diretor Diorge. Uma sala da saudade, com uniformes, quadros de formatura de turmas, materiais escolares e troféus, expôs objetos pertencentes à história da escola para a recordação.

Como planos futuros, a instituição pretende aumentar o número de alunos, continuar o projeto Tempo Integral, o qual as crianças estudam de 08h até 17h30, e manter passeios pontuais com algumas séries, como a visita ao Zoológico de Belo Horizonte. Alguns desafios, uma possível restauração do prédio ou a incrementação do Ensino Médio, ainda são clamados pelos pais. A madrasta de dois alunos, Fernanda Teixeira, espera que “a escola supere todos os seus obstáculos e contribua, ainda mais, com nossas famílias, ensinando nossos filhos a serem cidadãos de verdade. Porque lugar de criança é na escola”, alega.

 

TEXTO/VAN: Graziela Silva

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