Direito de ir e vir: Novo plano de mobilidade urbana propõe modificações na infraestrutura de São João del-Rei
por Rafael Alonso
No dia 19 de março de 2024, a Câmara Municipal de São João del-Rei aprovou o novo plano de mobilidade urbana, que abrange tanto o serviço de transporte público quanto toda a infraestrutura da cidade.
A mobilidade urbana
A Mobilidade Urbana refere-se à forma como as pessoas se deslocam dentro de áreas urbanas, como cidades e regiões metropolitanas. Envolve os diferentes modos de transporte utilizados para se locomover, incluindo transporte público (ônibus, metrô e trem), infraestrutura viária (ruas, avenidas, ciclovias, calçadas e pontes), transporte individual (carros e motocicletas) e até mesmo o deslocamento a pé.
O objetivo da mobilidade urbana é garantir que as pessoas possam se locomover eficientemente de um lugar para outro, promovendo acessibilidade, segurança, sustentabilidade e qualidade de vida. Isso inclui considerações sobre planejamento urbano, infraestrutura de transporte, políticas de mobilidade, gestão de tráfego e acessibilidade para pessoas com deficiência, dentre outros.
O plano
A presidente da comissão de mobilidade urbana e arquiteta Ludmila Ribeiro, enfatiza que o plano foi desenvolvido a partir do trabalho de mestrado do arquiteto Márcio Santos. “Não foi criada uma nova comissão como dito por veículos de comunicação da cidade, mas, o que ocorreu foi uma atualização dessa delegação, que pretende acompanhar a implementação do plano aprovado no início do ano”, destaca.
De acordo com a vereadora Lívia Guimarães, o plano propõe algumas ações que visam modificar o transporte público de São João del-Rei: readequação e otimização de rotas e horários, definição de trajetos que atendem aos bairros mais populosos, definições de padrão de qualidade e índices de controle operacional e elaboração dos projetos para transporte coletivo urbano contendo os estudos e análises para dimensionar a quantidade de veículos, itinerários e horários.
A emenda
Por ter algumas ressalvas ao projeto, Lívia propôs uma emenda alterando o prazo estabelecido para a elaboração do programa de arborização urbana. A ideia é encurtar o tempo necessário para o plantio de árvores nas áreas urbanas, passando de 6 a 10 anos para 3 a 5 anos. “Embora a execução efetiva do programa passe a demandar mais tempo, o processo de planejamento não deveria requerer um prazo tão longo. Dessa forma, a emenda busca otimizar o tempo necessário para a elaboração do programa”, explica.
Questionada sobre a influência do plano na locomoção das pessoas com deficiência (PCDs), Lívia ressalta que é crucial que as leis e regras não fiquem somente no papel, mas deve-se garantir que elas sejam aplicadas em todas as instâncias: no trabalho, nos transportes e espaços públicos. “É importante transformar palavras em ações que visam melhorar e incluir a pessoa com deficiência na sociedade”
Opinião pública
A autônoma Ionice Maria Guimarães, mãe de Jonathan, jovem com mobilidade reduzida, comprova a urgência de adaptabilidade da infraestrutura da cidade, além da colaboração social para a locomoção dos PCDs ao destacar as dificuldades que encontra neste processo: “Os passeios estão péssimos! Estamos desviando dos buracos, correndo risco de mim e meu filho cairmos, pois eu sou o apoio dele. No centro, motoristas não respeitam a faixa de pedestre, temos que esperar vários minutos alguém parar para atravessarmos a rua”.
Além disso, Ionice reclama da má gestão do transporte público: “Moro no alto do Lombão, não tem muitos horários pra cá. Isso me atrasa muito, precisamos de mais horários de ônibus no nosso bairro”. Para ela, a melhor solução seria trocar a empresa que presta os serviços de transporte coletivo na cidade.