Dia da Dança: a arte que movimenta corpo, mente e alma
Por Ana Clara Reis, Giulianna Andrade e Lívia Moreira
A dança pode ser considerada uma das formas mais poderosas de expressão artística. Mais do que coreografias, ela é uma linguagem viva: traduz emoções, conta histórias e conecta pessoas através de movimentos que ultrapassam barreiras culturais, sociais e até mesmo linguísticas.
No Dia Internacional da Dança, celebrado em 29 de abril, a reflexão vai além dos palcos, é sobre reconhecer a dança como uma arte essencial que transforma, emociona e comunica.

A relação entre corpo e emoção, também se reflete na vivência de Sthefany Alves, estudante de psicologia e dançarina. Matriculada aos 5 anos, inicialmente, em aulas de balé e danças livres, ela conta que essa prática se tornou uma forma de expressão para lidar com sentimentos, emoções e experiências tão intensas e profundas que não cabem em palavras. “A dança representa, para mim, uma possibilidade de simbolização diante do Real. Aquilo que, segundo a teoria lacaniana, é da ordem do indivisível e do impossível de ser totalmente representado pela linguagem”, explica.

A professora e empresária Kris Hellen Ribeiro, proprietária do Studio Aura Aero Dance, relata que as descobertas que o corpo revela na dança são o que despertam a sua paixão pela área. Ela também enfatiza que a dança, por ser uma prática em que as palavras não se fazem necessárias, é capaz de tocar a todos: “O corpo em movimento transmite sentimentos, histórias e estados de espírito que qualquer pessoa pode sentir e interpretar, independentemente da cultura ou idioma”.

Benefícios da prática
Para os professores, Vinícius e Kris Hellen, suas experiências ensinando outras pessoas confirmam a potência dessa arte. A dança auxilia na criação de vínculos e identidades, melhora a autoconfiança e ajuda a perder a timidez. Ambos relatam que é visível a evolução dos alunos ao longo do processo, com o próprio reconhecimento e conexão pessoal com a prática.
Desse modo, além dos benefícios físicos e mentais notórios, a dança também serve como uma forma de aliviar angústias, complementando o espaço terapêutico tradicional. Como afirmou Sthefany, a prática contribui para a transformação social e cultural, atuando como meio de socialização, resistência, preservação de tradições e inclusão social: “A dança pode proporcionar visibilidade para comunidades marginalizadas, criando oportunidades para a troca cultural e a construção de uma identidade coletiva. Tal processo contribui para a inclusão social e cultural, criando espaços de resistência e afirmação de identidades”.
Bruno Scorza, estudante de Educação Física e dançarino, também reconhece na dança um espaço de acolhimento e transformação emocional. “Muitas vezes funciona como uma válvula de escape”. Ele também aponta que percebeu mudanças físicas desde que a dança entrou em sua vida: mais resistência e mobilidade. Como futuro profissional de esportes e movimento, ele enxerga na modalidade uma ferramenta de educação corporal e desconstrução de estigmas.

Quando o movimento ganha voz
O Dia Internacional da Dança consiste justamente em reforçar o valor diário desta arte. É quando os artistas ganham voz e espaço para mostrar o valor da dança na vida das pessoas. Assim como dito por Vinícius, “O dia da dança é todo dia. É um processo de autoconhecimento, de trabalho comportamental, mental e de alma”.
“Faz as pessoas olharem com mais carinho para essa atividade. É uma chance de quebrar preconceitos, de gerar curiosidade, de atrair novos olhares e, muitas vezes, é assim que alguém se apaixona pela dança e decide tentar”, finaliza Kris.
