Dia D para a inclusão reune deficientes, empresários e comunidade em SJDR
Evento, que foi realizado na APAE-SJDR, teve o objetivo de alertar empresários e pessoas deficientes sobre a inclusão no mercado de trabalho
Aconteceu, na última sexta, 25, O Dia “D” para a inclusão de pessoas com deficiência e reabilitados do INSS. O evento, que aconteceu na sede da escola da APAE de São João del-Rei, contou com a presença de autoridades públicas, empresários, funcionários da escola e os alunos que se encontram empregados e os demais. Na ocasião também foi empossado pelo Prefeito Helvécio, o Conselho Municipal de Direitos da Pessoa com Deficiência, órgão responsável por todos os assuntos voltados para as pessoas com deficiência na cidade.
De acordo com a Secretária de Estado de Trabalho e Desenvolvimento Social, o evento aconteceu em 26 cidades de Minas Gerais e, ao todo, são 3. 304 empresas que devem se estabelecer de acordo com a Lei nº 8.213/91 (Lei de Cotas), que é responsável por regularizar a inclusão de deficientes no mercado de trabalho. Segundo a lei, empresas que possuem 100 empregados ou mais devem preencher parte de suas vagas por pessoas com deficiência; se a lei não for cumprida, o empresário pode ser multado pelo órgão competente.
A coordenadora do mercado de trabalho da APAE, Michelini Ferraz, contou que em São João del-Rei atualmente são 42 pessoas deficientes contratadas, sendo dessas, 41 com carteira de trabalho assinada e uma com contrato de estágio. A diretora pedagógica da APAE, Carla Alves, vê o Dia D como uma possibilidade dos alunos entenderem que eles tem direito de trabalhar e conquistarem sua independência.
Ricardo Pinheiro, aluno da APAE e deficiente empregado, contou que encontrou dificuldade assim que entrou na empresa, mas hoje se sente à vontade e bem entrosado na sua função, que é repositor de mercadorias em um supermercado. O surdo-mudo Felipe, que é auxiliar de eletricista dentro de uma empresa há 2 anos, comentou que a comunicação dentro do trabalho é complicada, já que até hoje não há um intérprete na empresa. Para Felipe, isso faz falta, principalmente nas reuniões que acontecem.
A empresária Diva das Graças Abreu Nascimento disse que já trabalhou com uma pessoa deficiente e atualmente mantém uma funcionária em seu supermercado. Diva considera importante a socialização dos deficientes, e para a empresária, essa inclusão faz eles se sentirem importantes para a sociedade. Ela ainda comentou que muitos deles trabalham para ajudar suas famílias.
Sergio Henrique Cavalcanti, coordenador da UAI, contou que em 8 anos de SINE, um dos seus grandes desafios foi a inserção dos deficientes no mercado de trabalho.
“Não é fácil, tem muito preconceito declarado, a gente consegue ouvir falar concretas de que o empresário prefere não receber e que a empresa não é capaz de receber esse mercado. Hoje é um dia muito importante pra mostrar pra essas empresas que a inserção deles no mercado de trabalho”, finalizou.
TEXTO/VAN: CAROLINA COLOMBI
FOTOS: CAROLINA COLOMBI