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Acredito que a grande maioria das pessoas adoram esse mês. Pra quem gosta de uma vida movimentada é um prato cheio. Tem de tudo. Correria para fechar com as notas dentro da média, correria para distribuir os nomes para os centenas de milhares de amigos ocultos que participamos, correria para comprar as centenas de milhares de presentes para a festa, depois correria para trocar os presentes que nunca combinam com a gente.

De repente já estamos na semana do natal. A correria aumenta. Hora de voltar para as lojas e comprar os presentes para a família, e ainda tem que resolver os pratos que serão servidos na ceia.  Nesta altura do campeonato, o tão esperado 13º salário já evaporou com tantas compras. 

Quando chega o dia 24 de dezembro é aquela história: reencontrar os parentes que passamos o ano sem ver, comer, colocar a conversa em dia… Aproveitamos e comemos mais um pouco. Os mais velhos se recordam de como eram os natais antigamente e como o mundo mudou, as crianças ficam encantadas e passam a noite brincando com os brinquedos que o Papai Noel deixou para elas… E prosseguimos comendo. Na sala, a TV fica ligada na Missa do Galo, para a qual ninguém da muita atenção. E ainda tem rabanada e panetone pra ser arrematado. No dia seguinte, amanhecemos com a sensação de que comemos além do que deveríamos; o peso no estômago confirma isso. E ainda ficamos pasmos pelo fato de ter sobrado muita comida. Sempre acho que nesse dia acontece o milagre da multiplicação.

Para quem pensava que a maratona das lojas acabou com o Natal, se enganaram feio. Hora de trocar os presentes. O fim de ano já se aproxima e todos começam a fazer planos para o Réveillon. Uns vão para a praia pular ondinhas, outros para um clube passar com os amigos, há aqueles que vão para o centro da cidade curtir uma festa patrocinada pela Prefeitura e ainda tem gente que fica em casa mesmo assistindo TV ou bebendo com a família.  

Superstições, branco, fogos, esperança, festa: são todos elementos que fazem parte de qualquer virada de ano. O 1º de janeiro costuma ser um dia de ressaca pra maioria das pessoas.   

Mas apesar de todos esses elementos que cercam o mês de dezembro, eu não consigo gostar dele. Já coloquei a culpa no calor insuportável dessa época, ou na correria que todos passamos, mas não é bem isso. É algo bem mais profundo. Saber que mais um ano se foi e fazer uma retrospectiva do que passou me deixa um pouco balançado.

Porque nunca fica só no ano que está findando, os pensamentos sempre se deslocam para um passado nem tão distante assim e acabam parando nas pessoas que fizeram parte de nossas vidas e que não estão mais. Ou em como outras pessoas que gostamos muito tinha uma vitalidade enorme e que foi se perdendo com o tempo. Será que no próximo natal estarão conosco?                                                                                                                                                            
E o que esperar do futuro? Sim, porque um novo ano já bate na porta e, com certeza, com ele vêm novos desafios. Talvez eu não goste de dezembro porque é nesse mês que o passado, o presente e o futuro se chocam. O passado com as lembranças do ano que se finda, o presente com a correria para dar conta de todas as festas e o futuro que já se aproxima, está logo alí. É nessa época que a vida passa diante dos nossos olhos, nos encara de frente e diz em auto e bom som: “Aproveita, que isso já vai acabar”. E acaba mesmo, como o mês de dezembro. Aí chegamos em janeiro e abre alas que o Carnaval já quer passar. Mas isso é outra história…

TEXTO/VAN: THOBIAS VIEIRA

FOTO: DIVULGAÇÃO

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