Por Ana Luiza Reis e Yanni Santana

Criado pela Secretaria de Estado de Desenvolvimento Social (SEDESE), os Jogos Escolares de Minas Gerais (JEMG) são uma competição que abrange inúmeros esportes com modalidades divididas por gênero e idade. O JEMG é o torneio escolar mais conhecido do estado, com participação de uma enorme quantidade de estudantes atletas de escolas municipais, estaduais e particulares. 

Alunos da escola ATUS apoiando o time de futsal (Reprodução: ATUS Rede de Ensino)

Em São João del Rei, isso não é diferente. Com 15 instituições de ensino participantes, a fase de jogos entre as escolas do município foi marcada por muito empenho e dedicação, tanto pelos alunos, quanto por coordenadores, professores e treinadores. A rede de ensino ATUS foi a grande campeã do município, com um total de 130 pontos no geral, enquanto a Escola Estadual Dr. Garcia de Lima ficou com o segundo lugar, com 70 pontos. 

ATUS Rede de Ensino e a dedicação no esporte

Dentro de uma das mais conhecidas escolas da cidade dos sinos, o sentimento de orgulho pelos alunos se destacou. Os gestores Rafael Pires e Eufrain Leal apresentaram todo o projeto esportivo da instituição. “O esporte é um pilar da escola, desde que a gente fundou a Rede Atus, né? Então a cada ano que passa a gente tem melhorado, evoluindo. A primeira etapa foi a municipal (Jogos Escolares Municipais – JEM) e a gente ficou em primeiro lugar, fomos campeã geral. Foi o segundo ano consecutivo que fomos primeiro lugar nessa etapa. Foi uma satisfação muito grande ver que a gente tá no caminho certo, sendo que esse ano foram oito medalhas de ouro, quatro de prata e três de bronze. Então, é um resultado maravilhoso.”

Ao comentar sobre o motivo de fazer do esporte um grande fundamento da escola, Rafael explica que para eles é bem mais que apenas uma atividade física. “Tem pesquisas que mostram isso, que o aluno que pratica o esporte desde cedo tem um desenvolvimento melhor em sala de aula”.  Eufrain adiciona a importância para o desenvolvimento sócio emocional dos adolescentes e crianças, uma vez que ao se movimentar com frequência, o indivíduo possui uma maior facilidade em pensar, reconhecer e decifrar seus sentimentos positivos e negativos.

Jogo Futsal Masculino Módulo 1 (Reprodução: ATUS Rede de Ensino)

Como exposto pelo gestor da ATUS, os treinadores são parte importante de todo sucesso da escola nas competições. Leandro dos Santos, técnico dos times de basquete, explica todo o trabalho feito com os alunos e como vê a atividade física competitiva de forma benéfica para eles. “Dentre tantos benefícios, ter controle emocional para tomar decisões no cotidiano profissional e familiar acredito ser o principal. Entender a importância de praticar uma atividade física coletiva para o corpo e para a mente. Além do fortalecimento dos valores na vida de cada um, principalmente o respeito pelas pessoas.” Leandro confia que o esporte é uma ferramenta poderosa para ensinar valores, de forma que o que é vivenciado na prática esportiva é transferido para a vida pessoal dos atletas, os transformando em pessoas mais determinadas, responsáveis e centradas. 

Quadra Poliesportiva da ATUS Rede de Ensino (Reprodução: Ana Luiza Reis)

Tiago do Nascimento, coordenador do esporte da ATUS e treinador dos times de futsal, comenta como ao participar de equipes nos anos escolares só traz ganhos aos alunos. “As equipes de esportes promovem, além da aquisição de habilidades técnicas, uma liberdade de expressão, interação entre eles e a experiência de que todo esforço vale a pena. Quanto mais você se dedicar, mais a sua chance de sucesso, seja no esporte como na vida.”

Outro ponto interessante é ver a grande vontade e participação de todos os alunos. O JEMG é um sucesso entre eles, em todas as escolas da região, uma vez que dá a eles a oportunidade de mostrar suas habilidades para os colegas. Em conversa com os jogadores Guilherme Reis, 16, e Diogo Viegas, 17, da ATUS, ambos se mostraram muito contentes e satisfeitos com suas respectivas vitórias, mas comentam sobre a vontade de ganhar nas outras etapas. Além disso, os dois manifestam que o esporte ajudou nas suas habilidades físicas, da mesma forma que facilitou a concentração e o controle emocional. 

Guilherme Reis ao ganhar medalha do ouro na modalidade Basquete Masculino (Reprodução: Ana Luiza Reis)

De forma a incentivar os colegas, Diogo aconselha aos futuros alunos a entrarem nos times. “Não pense duas vezes e participe. Fazer parte de uma equipe esportiva na escola só traz benefícios a curto e longo prazo.”

Diogo com seus pais na comemoração do primeiro lugar na modalidade Futsal Masculino (Reprodução: ATUS Rede de Ensino)

Escola Estadual Dr. Garcia de Lima e o apoio da comunidade na busca de um sonho

Nos corredores da escola Garcia Lima, a paixão pelo esporte transcende as quatro linhas da quadra. Enquanto nas escolas particulares a infraestrutura favorece o desenvolvimento das atividades esportivas, na realidade das públicas, como relata a professora Samira Resende, a dependência de trabalhos voluntários é crucial para impulsionar esse cenário.

Alunas da Escola Garcia com o Brasão da Instituição (Reprodução: Redes Jornal Garcia)

“Devido à falta de infraestrutura e materiais, é bem complicado trabalhar esses aspectos”, explica Samira. “Fico como responsável pelos jogos externos e internos, mas isso demanda tempo extrajornada e a ajuda de voluntários, ex-alunos e até mesmo alunos para dar conta de várias modalidades esportivas. Não podemos esquecer dos planejamentos de aulas e do serviço burocrático que uma escola gera”.

Entre esses voluntários, Luana Dias se destaca como treinadora voluntária do futebol feminino. Ela descreve o processo de desenvolvimento físico e tático das atletas como uma jornada de empenho e superação. “Trabalhamos muito para chegar até aqui, mesmo não pegando o primeiro lugar. Sabemos que o esporte é tudo para elas, então sempre deixamos claro que, juntamente com os estudos, elas chegarão longe. Ambos caminham juntos.”

Essa abordagem vai além do campo. Luana enfatiza o papel de mentora: “Sempre sentamos para conversar, mostramos que além de treinadora, somos pessoas em quem podem confiar. Aconselhamos e buscamos entender cada questão”.

Time feminino de vôlei da escola Garcia de Lima (Reprodução: Redes Jornal Garcia)

Mas são as alunas/atletas que protagonizam as conquistas. Samira, que disputou os Jogos na categoria de futsal feminino, compartilha sua conexão íntima com o esporte: “Me sinto muito feliz e realizada. Nossa preparação foi na escola mesmo, com treinos duas vezes por semana. O dia em que conquistamos a medalha foi emocionante. Mesmo nos dias de derrota, a união do time, o carinho mútuo, foi inspirador. Pretendo levar essa história para motivar a geração mais nova a continuar participando dos jogos”.

Todos os esforços tiveram resultados positivos. A escola Garcia Lima conquistou a segunda colocação na classificação geral do JEM 2024, superando instituições particulares e se consagrando como a maior pontuadora entre as escolas estaduais na competição.

Estudantes da Escola Garcia de Lima com a Bandeira da Instituição. (Reprodução: Redes Jornal Garcia)

Ao observarmos a realidade das duas escolas, percebe-se que mesmo com investimentos, oportunidades e tipos de infraestrutura diferentes, ambas se saíram muito bem na competição. Visto que já existe a vontade e dedicação por parte dos estudantes e professores em participar de competições como o JEMG, fica claro que o estímulo, sobretudo financeiro, ao esporte nas instituições de ensino que possuem menos privilégios por toda a região das Vertentes precisa de melhorias. Dessa forma, poderemos ver nossos adolescentes se tornando grandes atletas em um futuro não tão distante. 

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