A substituição das faixas de
pedestres no centro de Barroso por faixas elevadas parece não ter mudado os
hábitos dos motoristas nem dos próprios pedestres. As faixas, que vinham tendo
a pintura constantemente renovada, foram elevadas e transformadas em uma
espécie de lombada. Mesmo assim, é muito comum observar o desrespeito a essa
sinalização no cotidiano.
Foram substituídas cinco
faixas de pedestres ao longo do centro da cidade e ao redor da Praça Sant’Ana.
O secretário municipal de obras e meio ambiente Leone Vágner do Nascimento foi
procurado mas não quis declarar nada sobre as obras realizadas pela Prefeitura
Municipal.
A maioria dos pedestres sabe
que a função da faixa é dar preferência a quem está a pé para atravessar a rua,
mas por negligência ou por saber que os motoristas quase nunca dão preferência,
nem mesmo sobre a faixa de pedestre, acabam atravessando em qualquer lugar. A
moradora Aparecida de Lima diz que é muito importante ter faixas para os
pedestres atravessarem, mas se os motoristas não dão preferência em lugar
nenhum, nem adianta atravessar na faixa.
O motorista João Carlos
Martins afirma que sempre dá preferência para os pedestres. “Se tiver alguém
atravessando na faixa, eu paro e espero a pessoa terminar de atravessar”,
relata. Mas nem todo motorista é consciente. O código de trânsito determina que
a preferência é do pedestre e considera infração gravíssima quando o motorista
não deixa o pedestre atravessar onde há faixas.
A fiscalização ainda não é
efetiva e não se vê nenhum motorista ser multado por desrespeito à faixa de
pedestre. Na região central de São Paulo, segundo matéria divulgada no Jornal
Nacional, a partir do dia 08 de agosto, 150 agentes passaram a fiscalizar o
respeito ao pedestre. Serão multados, por exemplo, motoristas que não darem a
preferência, pararem em cima das faixas, não darem seta para entrar nas
esquinas. Parar sobre a faixa de pedestres é considerada infração gravíssima e
gera multa de R$ 127,69 com perda de cinco pontos na carteira. Porém, em
cidades pequenas, como Barroso, não é comum serem tomadas medidas desse tipo, o
que torna ainda mais flagrante o desrespeito às leis de trânsito.

Educação para o trânsito
Nas chamadas auto-escolas,
que são responsáveis pelo treinamento dos futuros motoristas, são ensinadas
todas as regras do trânsito e é o Código Nacional de Trânsito que determina
essas regras e as punições para quem infringi-las. No entanto, não é só o
motorista que precisa ser educado, o pedestre também é responsável por grande
parte dos acidentes.
Na opinião do morador José
Geraldo Vieira, não só a escola tem a função de educar, mas também a família
tem um papel de grande importância na instrução dos futuros motoristas e
pedestres. “Educação no trânsito deveria fazer parte da grade curricular nas
escolas de educação infantil e os pais também têm que educar seus filhos para
saberem se comportar no trânsito, pois eles são os maiores exemplos para as
crianças”, declara.
Em Porto Velho, capital do
estado de Rondônia, por exemplo, há campanhas educativas que apresentam medidas
não só punitivas, mas principalmente de educação e conscientização a curto,
médio e longo prazo. De acordo com notícia divulgada no site tudorondonia.com,
o número de acidentes na capital caiu mais de 50% após a campanha “Trânsito
Vivo: A Vida Pede Atenção”.
Entre ações imediatas da
campanha constam, a veiculação de várias peças publicitárias com focos no uso
obrigatório do cinto de segurança e da cadeirinha infantil, respeito à faixa de
pedestres, combate à embriaguez no volante, respeito à sinalização de trânsito,
conscientização dos motociclistas. As medidas de médio prazo são as seguintes:
conscientização das crianças com produção de cartilhas educativas, produção de
audiovisual com foco no educativo; plano de ação da campanha junto às escolas,
ampliação dos conteúdos sobre educação no trânsito na disciplina de Educação e
Cidadania nas escolas.
Texto e Foto: Wanderson Nascimento

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