Comitê foi formado com a participação de órgãos responsáveis e estudantes a fim de buscar soluções

As ciclovias estão em condições deploráveis - FOTO: Angela Gonçalves
As ciclovias estão em condições deploráveis – FOTO: Angela Gonçalves

Na última quinta-feira, 10, o anfiteatro do Campus Tancredo de Almeida Neves (CTAN) da UFSJ foi palco de debates intensos sobre a atual situação da ciclovia que leva ao local. Com a presença de estudantes, professores, engenheiros da construtora responsável pelo projeto da Expominas (Mello Azevedo) e representantes da Reitoria e da Prefeitura, discutiu-se a quem cabia a responsabilidade pela área e formou-se uma comissão  para a elaboração de soluções.

Ângela Gonçalves, estudante de zootecnia, organizou o evento como reação à indignação causada após ver a lama acumulada que obstrui o caminho ao campus. A lama foi classificada como irrelevante pelo Ministério Público: “Chegamos a fazer um laudo recolhendo assinaturas e depoimentos e levamos ao Ministério Público que indeferiu o documento e disse que a obra (Expominas) não estava causando impacto nenhum e era só uma poeira”.

Os problemas identificados na Assembleia envolvem a iluminação da faixa, que se encontra do outro lado da pista, o vazamento do esgoto advindo do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia (IFET), a segurança dos ciclistas devido a riscos de atropelamento e ameaças de estupro, além da lama de resíduos da obra do Expominas e os deslizamentos de terra da Rua Albérico Rezende que se acumulam na ciclovia.

FOTO: Daniel Arantes
FOTO: Daniel Arantes

Julia Maia, estudante da UFSJ, sofreu com o problema da lama e acabou quebrando o braço. “Estava indo pra aula numa sexta de manhã de bicicleta e, quando vi que a ciclovia estava com muito barro, resolvi passar pelo cantinho da rua. E foi aí que um carro me derrubou no chão. Vi que tinha machucado o braço, mas não sabia que tinha quebrado. À tarde, resolvi ir ao hospital e foi quando descobri que havia quebrado o braço. Fiquei um mês com o gesso”.

Para resolver esses e outros problemas – como uma possível contenção dos resíduos da obra e da erosão antes do escoamento com a chuva, a instalação de quebra-molas e métodos de limpeza mais ecológicos –, foi formada uma Comissão com membros da docência e administração do IFET e da UFSJ, representantes da Damae, Companhia de Desenvolvimento Econômico de Minas Gerais (CODEMIG) e da Prefeitura e estudantes da UFSJ. A construtora Mello Azevedo se comprometeu a ajudar com as intermediações necessárias com a CODEMIG.

FOTO: Daniel Arantes
FOTO: Daniel Arantes

Gonçalves expressa suas expectativas sobre a comissão: “Espero que a comissão tenha ação efetiva nessa nova temporada e que a gente descubra realmente de quem é a responsabilidade da ciclovia, até pra saber de quem cobrar. Queremos uma solução, só isso”.

A assessoria de comunicação da Prefeitura afirmou que há um projeto de drenagem para os resíduos da obra, para os deslizamentos de terra e da água de chuva que causam a lama na ciclovia. Entretanto, para a realização do mesmo é necessária a aprovação do Departamento Nacional de Infraestrutura e Transporte (DNIT); um superintendente visitará a sede da autarquia em Oliveira na segunda-feira (14) para esclarecer essa questão.

Uma segunda Assembleia foi marcada para o dia 31 de março a fim de discutir os avanços e acordos feitos pela Comissão. Enquanto isso, a prefeitura de campus se comprometeu a limpar a ciclovia a partir da Rua Albérico durante a próxima semana.

TEXTO/VAN: Rebeca Oliveira

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