Por Rafael Alonso Amaral de Deus

“A sorte de pegar ônibus atrasado é que eles sempre chegam mais atrasados do que eu”
– Gabriel da Paz

O que dizer do transporte público? Sempre cheio, mas fico observando e escutando as conversas dos outros, alunos de escolas reclamando das aulas, das matérias e dos professores – mal sabem eles que essa é a melhor época da vida, sem preocupações com contas, com assuntos de adultos.

Ah! E os alunos das faculdades, esses sim já com responsabilidades de adultos. Fico ouvindo reclamações de colegas de república, de quarto, de apartamentos e fico imaginando como é difícil pra eles que saíram do conforto de suas casas e das asas de seus pais e têm que enfrentar esse mundo de adultos cheio de desafios.

Tem também os cadeirantes, esses sim enfrentando o mundo que não está preparado para eles ainda, principalmente o transporte público. Ora é um elevador estragado, ora é motorista, cobradores e passageiros sem paciência e se vê na cara deles, nas feições, a pergunta: “O que este cadeirante está fazendo aqui?”. Não pensam que podem estar na mesma situação de um cadeirante e enfrentar esses mesmo olhares.

Vemos nos transportes públicos muitas figuras interessantes, como pregadores da bíblia, tentando
evangelizar os passageiros, sinto que muitos ali querem um pouco de sossego. Tem os vendedores ambulantes que entram no ônibus que tentam usar o artifício do sofrimento humano para vender seus produtos em prol de alguma causa.

Outras figuras também chamam a atenção, como os famosos bêbados, que sempre protagonizam algumas situações de briga com os motoristas, cobradores e passageiros ou com seus parceiros. Como não rir ou se irritar com eles? Tem os espertinhos que tentam trapacear os cobradores ou assediar as passageiras. Tem as que não conseguem ficar em silêncio. Sempre procuram alguma ou algum desavisado para desabafarem, reclamarem ou só querem jogar conversa fora mesmo. Tem o que fazemos amizades…

Enfim, é no transporte público que encontramos todos os tipos de pessoas, com seu problemas seus cansaços da vida.