No último dia 8, foi realizada
uma audiência pública em São João del-Rei, com o objetivo de discutir, junto a
população, assuntos ligados ao transporte público. Na ocasião, contou-se com a
presença de representantes do poder público, da Une e do Movimento Passe Livre,
além da empresa Presidente e outras autoridades. O evento iniciou-se com as
falas dos convidados que compuseram a mesa e, posteriormente, foi concedida a
palavra a os outros cidadãos.
Vereadora de São João del-Rei,
Lívia Guimarães, 26, ao visitar a cidade de Ouro Preto gostou da ideia do
chamado táxi-lotação, que já é comum na cidade. Quando começou o debate sobre
transporte urbano e mobilidade em São João del-Rei, ela visualizou o
táxi-lotação como uma possibilidade, não só de abaixar o custo dos transportes,
mas também de gerar empregos e, principalmente, uma melhoria na qualidade do
serviço prestado. “Acredito que, através dele, a gente possa qualificar o
transporte coletivo na cidade”, declara.
Para a vereadora, São João
del-Rei e Ouro Preto têm características semelhantes, em especial por serem
duas cidades históricas, de forma que não pode haver o trânsito de veículos
pesados no centro histórico. Ouro Preto tem cerca de 60 mil habitantes e São
João del-Rei, 84 mil. Lembrando, porém, que, em ambas, há uma população
flutuante muito grande, composta por universitários. “Se deu certo lá, tem
todas as condições de dar certo aqui”, ressalta.
Segundo Lívia Guimarães, não
existem linhas que façam o caminho diretamente do bairro Tijuco ao Senhor dos
Montes, o que faz com que os passageiros tenham que pegar duas linhas de ônibus
para chegar ao seu destino. Assim, poderia ser licitado um táxi-lotação, pois,
mesmo que não haja ônibus que façam essa linha, a população seria contemplada.
“Existem modelos de táxi-lotação que empresas podem entrar, não é tipo de táxi
lotação da qual eu defendo. No caso de São João del-Rei, seriam pessoas físicas
tendo direito a esses táxis. O lucro não iria para as grandes empresas,
ficariam para as pessoas da cidade. Então distribuiria novamente essa renda
para a comunidade local. As pessoas teriam mais conforto, seria um transporte
mais ágil, e também exigiria que as empresas de transporte coletivo
trabalhassem melhor, para não perder os passageiros para o táxi-lotação”.
Daniel Gonzaga, estudante de
mestrado em História pela UFSJ, disse que suas expectativas sobre a audiência
foram alcançadas. “Foi um debate amplo, em que foram discutidas todas as
questões. Fiquei muito feliz. Para se fazer uma avaliação mais efetiva da
assembleia, é necessário esperar para ver o que vai ser gerado a partir das
discussões promovidas aqui”, afirma o estudante.
Na ocasião, o mestrando também
ressaltou que o melhor seria resolver as questões sobre o transporte público
através do diálogo entre poder público e cidadãos, mas que, caso isso não
ocorresse, novas manifestações populares poderiam acontecer. “Se nada for
resolvido, continuaremos a chamar a população para as ruas, e faremos um
trabalho de informação sobre as questões não resolvidas”, contou Daniel.
Para a enfermeira Estela Mares,
de São Sebastião da Vitória, distrito de São João del-Rei, porém, a assembleia
deu mais atenção às entidades e deixou a população ficar “à deriva”. “A
situação pode melhorar sim, a gente precisa de um ônibus com cinto de
segurança, com bagageiro”, afirma.

A
assembleia popular durou mais de três horas, tendo momentos de estranhamento
entre a bancada e o povo. Nesta sexta (9), a prefeitura lançou o relatório
“Audiência pública de transporte”, que seria a conclusão da assembleia de
quinta-feira. O relatório pode ser encontrado no site: http://www.4shared.com/office/8PYh47Pf/Relatrio_Audincia_Pblica_do_Tr.html

VAN / Fernanda Rezende; Bárbara Barreto
Foto: Tadeu Canavez

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