Diego Damasceno

Foto: Diego Damasceno

Um projeto voluntário acontece há 3 anos no bairro São Geraldo, em São João del-Rei. Através da tradicional arte da capoeira, o Projeto Capoeira promove valores de cidadania e auxílio ao aprendizado escolar de crianças e adolescentes carentes do bairro. Atualmente, conta com 15 crianças, com idade igual ou superior a seis anos. 

O responsável pelo projeto é morador do bairro há cinco anos. Conhecido como Pitú, Inácio Guilherme Jacinto, de 32 anos, sente orgulho ao ver a alegria das crianças e a evolução delas, tanto dentro como fora do projeto. “Na capoeira, a disciplina é muito importante. O convívio em casa melhora, e na escola também. Aqui, peço o boletim escolar, vejo como estão as notas, me preocupo com tudo isso”, conta Pitú.

O idealizador também afirma que já chegou a dar aulas particulares de matemática para uma aluna do projeto. “Ela estava indo muito mal em matemática, aí pedi para ela ir à minha casa durante a noite para ter um reforço em matemática. Depois disso, suas notas melhoraram muito”, relata.

Algumas mães de alunos do projeto acompanham de perto toda a semana de treino de seus filhos. Simone, mãe de Vitória, de 12 anos, afirma que apoia a filha na capoeira e a acompanha em alguns treinos. “Eu acho a capoeira linda, era uma coisa que eu queria pra mim, e agora vejo a minha filha praticar!”, relata a mãe, orgulhosa.

Outra mãe, Gislaine, comenta que seu filho Jhordan, de seis anos, queria praticar Jiu-Jitsu. Contudo, como ela não tinha condições de pagar por uma academia para o filho, optou por colocá-lo no projeto. “É uma experiência muito boa, ainda mais para a idade dele. Seu comportamento dentro de casa melhorou muito”, ressalta. 

Marcos Paulo participa do projeto desde o inicio. Ele tem um problema grave de visão e diz que a capoeira ajuda a tornar seus reflexos mais aguçados. “Aqui, na capoeira, você tem que aprender a se esquivar, ganha habilidade, então isso me ajuda muito”, afirma o aluno, de 12 anos. 

Ele conta também como a capoeira ajuda as crianças a saírem da rua. “Não fico mais na rua. O tempo em que eu poderia estar na rua, fazendo coisa errada, e eu estou aqui, na capoeira”, explica. 

Pitú afirma que nunca recebeu patrocínio, e que, quando precisa comprar uniforme para as crianças, recorre à comunidade, para que, a partir da venda de rifas e até de feijoada, seja arrecadado dinheiro. Ele convida ao salão aqueles que queiram conhecer ou contribuir com o projeto

Os treinos acontecem às quartas-feiras, a partir de 19h30, com duração de 1 hora e meia e são abertos ao público.

Foto: Diego Damasceno

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