Por Ana Luiza Reis e Giulianna Andrade

Com o encerramento das Olimpíadas, uma nova dinâmica começa a se formar em relação às práticas esportivas, as quais se tornam assuntos relevantes do momento. A realização de um evento de tamanha proporção traz consigo uma série de implicações, que reverberam nos clubes, academias e projetos sociais espalhados pelo país.

Logo Olimpíadas Paris 2024.
Imagem: Reprodução/Freepik

Após o término de cada edição dos Jogos Olímpicos, as atenções se voltam para o impacto que o evento deixa para as cidades e países envolvidos, bem como para um maior incentivo ao esporte. Eles são mais do que apenas competições internacionais, representam uma oportunidade única de impulsionar o desenvolvimento esportivo, econômico e social em escala global e local.

O aumento do interesse em esportes pós-Olimpíadas é um dos legados mais valiosos do evento. As medalhas e histórias de sucesso inspiram novas gerações de atletas e criam um ambiente favorável para a prática esportiva. Governos e entidades esportivas locais costumam lançar programas de incentivo ao esporte, visando identificar e desenvolver novos talentos. 

Nesse sentido, o Secretário de Esportes de São João del-Rei, Antônio Marcos, afirma sobre a importância desse incentivo: “Agora, esse espírito olímpico que vemos nos competidores, já em nível internacional, com atletas de alto rendimento, a gente começa a observar que as pessoas se envolvem. Então, esse é o momento, né, pra gente incentivar as crianças com projetos sociais.” 

Em continuidade, ele cita sobre os projetos presentes na cidade e que atendem inúmeras crianças. “Em São João del-Rei, nós temos um projeto social que pratica o Badminton, com a professora Luciana, nas escolas Pio XII, Tomé Inácio Passos e na Estadual Cônego Aldo Lustosa, com cerca de 80 alunos. Temos também o Sada Vôlei Cruzeiro, com aproximadamente 400 atletas. Estamos iniciando um com a Universidade, com o professor Álvaro, que terá uma média de 120 atletas no atletismo. Nós temos um também que foi aprovado, o Geração Esporte, com diversas modalidades. E temos quatro projetos aprovados na Lei de Incentivo, os quais a gente já tem emenda parlamentar, já foram autorizados e agora estamos na fase de plano de trabalho para concretizá-los.”

Ainda na cidade, o professor de judô Sylvio dos Santos, diz que gostou de tantas pessoas entusiasmadas com o esporte. “Muitas pessoas me perguntaram sobre as regras do judô e sobre minha opinião sobre essas Olimpíadas. Achei interessante ver as pessoas debatendo as modalidades, não apenas dentro da academia.” Partindo para outro esporte ainda em São João del Rei, o professor de taekwondo Cleiton Antonio de Oliveira, avalia que o espírito esportivo é intenso durante as olimpíadas, uma vez que existe uma maior divulgação. Com isso, mais conversas e perguntas sobre a modalidade, motivando as pessoas a olharem para o esporte de outra forma, com uma visão de superação e evolução.

Mestre Cleiton fazendo movimento da luta.
Mestre Cleiton de Oliveira. Foto: Reprodução/Instagram Academia White Tiger

Com a medalha de bronze conquistada por Edvaldo Pontes para o Brasil no taekwondo, Cleiton diz que o esporte se popularizou bastante. “O esporte no Brasil sempre foi muito falado, sendo o país do futebol, mas hoje nós vemos que não é só isso, hoje o Brasil é o país do vôlei, o país do taekwondo, o país do judô, o país de várias facetas, de vários esportes, de várias formas que fazem com que o cidadão possa estar crescendo e evoluindo através da sua prática.” O professor acredita que a conquista de medalhas na competição motiva novas pessoas a começarem no esporte, visto que dá uma sensação de competência. “Todos nós sabemos o quanto é difícil a prática esportiva em nosso país. Então, isso mostra que aqueles atletas que conquistaram medalhas, se eles foram capazes, nós também podemos ser, desde quando nós passamos a nos dedicar e a buscar os nossos sonhos e confiar inteiramente em nós.” 

Ademais, ele afirma que está tendo um maior número de procura da prática, o que confirma como a população realmente é influenciada pelo clima esportivo dos Jogos. Contudo, é necessário pensar em formas para que esse entusiasmo com a prática de esportes “não tradicionais” não seja apenas momentâneo. Torna-se imprescindível que projetos sociais, como os comentados pelo Secretário de Esportes, sejam ainda mais financiados, desenvolvidos, e principalmente, disseminados para a comunidade, aumentando o número de participantes interessados e, quem sabe, em um futuro próximo, formando mais medalhistas olímpicos para o nosso país. 

Assim, a continuidade do apoio e a implementação de políticas de incentivo são essenciais para cultivar talentos emergentes e promover a prática esportiva de forma ampla. Ao investir de maneira consistente em infraestrutura, treinamento e programas comunitários, podemos assegurar que o legado olímpico reverbere positivamente nas próximas gerações, transformando o esporte em uma prática acessível e valorizada ao longo do ano, e não apenas durante grandes competições.

Alunos lutando taekwondo na academia.
Alunos da Academia White Tiger. Foto: Reprodução/ Instagram Academia White Tiger