por Gabriel Rios, Anna Carolina Gomes e Mateus Castro

São João del-Rei enfrenta desafios em relação a mobilidade urbana há muito tempo. Com problemas na sinalização, precariedade das vias e um aumento do número de veículos circulando pelas ruas, a cidade tem enfrentado congestionamentos, acidentes e problemas relacionados à poluição.

Moradores e turistas da cidade, muitas vezes enfrentam dificuldades para se deslocar. Os ônibus do transporte público são limitados e o serviço é insuficiente para atender às demandas da população, gerando filas, atrasos e superlotação em horários de pico.

Além disso, a falta de ciclovias e a falta de conscientização dos motoristas em relação aos ciclistas e pedestres, tornam a circulação de bicicletas e caminhadas uma atividade arriscada em muitas ruas da cidade. A falta de sinalização adequada e a falta de fiscalização também contribuem para a insegurança.

Pensando nisso, a prefeitura de São João del Rei promoveu, entre outubro e dezembro do ano de 2022, audiências públicas sobre mobilidade urbana. A iniciativa busca atualizar o Plano de Mobilidade Urbana, cumprindo um acordo entre a gestão municipal e o Ministério Público do Estado de Minas Gerais e atendendo à lei federal que estabelece uma política nacional de mobilidade urbana. As audiências contaram com a participação popular e a partir delas o plano começou a ser desenvolvido.

Em entrevista, Ludmilla Spagnollo, arquiteta e servidora da prefeitura, que integra a Comissão de Mobilidade Urbana de São João del Rei, explica que o plano, deve ser publicizado após a apresentação ao Ministério Público Estadual, no dia 15 de maio deste ano. Segundo a servidora, os temas mais citados nas audiências foram a segurança e a falta de educação no trânsito, a segurança para caminhar e a conservação das calçadas. Para solucionar esses problemas, a ideia é a construção de lombadas, semáforos inteligentes e radares nas localidades mais críticas, de acordo com os dados de boletins de ocorrência cedidos pela Polícia Militar.

Sobre o transporte público, Ludmilla expõe que, de acordo com uma pesquisa com os usuários de ônibus do município, as maiores demandas são a ampliação de horários aos finais de semana, a noite e nos horários de pico, atrasos, manutenção, mais opções para a recarga de cartão magnético, pontos de ônibus e sugestões para nova licitação. No entanto, ela ressalta que a complexidade do tema exige tempo e amadurecimento, uma vez que uma nova licitação deve ser planejada para sanar os problemas a longo prazo.

Perguntada sobre como o novo Plano de Mobilidade Urbana do município deve abordar a questão das bicicletas, a arquiteta afirma que o modal recebe total protagonismo, considerando o tamanho e a topografia da cidade, a sustentabilidade, melhoria do trânsito e da saúde de quem o utiliza.

Portanto, o plano prevê uma malha cicloviária extensa passando pelas principais vias do município e também interligando com o município de Santa Cruz de Minas em parceria com a prefeitura da cidade vizinha.

Já sobre a questão ambiental, a servidora esclarece que a redução das emissões de gás carbônico é um dos pilares principais do plano, por meio da valorização do transporte público, o incentivo ao transporte por bicicletas e caminhadas e a preferência por veículos que não utilizem combustíveis fósseis. Trazendo também, a integração de diferentes modais, como a ligação de ciclovias aos pontos de ônibus e bicicletários públicos.

Imagem: reprodução de Vertentes Agência de Notícias (VAN-UFSJ)

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