Além de orientar turistas, os marcos da Estrada Real contam um pouco da história do trajeto percorrido pela Coroa Portuguesa

Além de localizarem os turistas, os Marcos da Estrada Real contam uma parte da história do Brasil. FOTO/VAN: Andreza de Cácia
Além de localizarem os turistas, os Marcos da Estrada Real contam uma parte da história do Brasil. FOTO/VAN: Andreza de Cácia

Com mais de 1.630 quilômetros de extensão, a Estrada Real é a maior rota turística do país. Por volta do século XVII, serviu como caminho oficial do transporte de ouro e diamantes entre as jazidas de Minas Gerais e os portos do Rio de Janeiro. Ela perpassa Minas Gerais, Rio de Janeiro e São Paulo, por quatro caminhos distintos: dos Diamantes, Velho, Novo e Sabarabuçu. Nos eixos principais, é possível encontrar marcos da Estrada Real, que serão revitalizados.  

Essas placas de identificação, além de localizarem os turistas, contam uma parte da história do Brasil. Segundo o Instituto Estrada Real (IER), “os marcos são indispensáveis para a sinalização do trajeto, visto que aproximadamente 70% dos turistas que o percorrem são autoguiados”. Sendo assim, a monitoria, a manutenção e a revitalização dos marcos são essenciais para contribuir para a segurança dos viajantes.

No primeiro semestre de cada ano, uma equipe técnica do Instituto Estrada Real percorre os quatro caminhos para a avaliação dos marcos. Feito isso, é elaborado um relatório técnico, no qual são descritas todas as necessidades de revitalização. No segundo semestre, uma empresa contratada faz a manutenção, mediante necessidade, de acordo com a descrição descrita em relatório.

 

Santa Cruz de Minas na rota da Estrada Real

Os marcos, além de contarem uma pequena história do local, servem como referência para os viajantes. FOTO/VAN: Graziela Silva

Em Santa Cruz de Minas, como em todas as outras cidades que são trajeto da Estrada, os marcos servem como referência na rua ou avenida onde estão. O professor e comerciante, José Roberto Silveira, é natural de Oliveira, mas mora na avenida Ministro Gabriel Passos há seis anos. Silveira garante que eles “são muito importantes para a localização do viajante, já que em cada marco há informações essenciais sobre o lugar”.

Mas a manutenção desses pontos de referência na cidade não tem sido recorrente. Na sua rotina, o professor não se lembra de ter visto nenhuma ação de reparo. “Nunca vi nenhuma restauração ou manutenção. Acho eles um tanto escondidos ou até depredados”, comenta. Isso pode fazer com que os turistas não saibam se localizar com precisão. “Considero o fluxo de turistas muito pequeno em Santa Cruz. Há pouca divulgação da cidade, principalmente em relação a Tiradentes, e precisamos de mais cuidado com nossos atrativos turísticos”, completa.

A diretora de Cultura e Turismo da Prefeitura de Santa Cruz de Minas, Betânia Nascimento Resende, conta que a responsabilidade da manutenção dos marcos é do Instituto, mas que existem parcerias com a prefeitura. O Marco Zero, próximo à Cachoeira do Bom Despacho, foi reparado em conjunto. “Para a sua manutenção, o IER entrou com a placa de acrílico, e a prefeitura com a mão de obra”, diz.

Para a diretora, os pontos de localização são importantes, já que demarcam oficialmente a participação do município no roteiro da Estrada Real. “Consequentemente, esse reconhecimento auxilia a inserção de Santa Cruz de Minas como destino turístico, pois o marco é uma sinalização concreta e visível”, ressalta.

 

Caminho Velho

Com mais de 1.630 km de extensão, a Estrada Real é a maior rota turística do país. FOTO/VAN: Emanuel Reis
Com mais de 1.630 km de extensão, a Estrada Real é a maior rota turística do país. FOTO/VAN: Emanuel Reis

 

De Ouro Preto a Paraty, o Caminho Velho também está inserido na região do Campo das Vertentes e perpassa entre diversas cidades as de São João del-Rei, Santa Cruz de Minas, Tiradentes, Nazareno, Prados, Carrancas, Coronel Xavier Chaves e Lagoa Dourada. Segundo informações do site do Instituto Estrada Real, o trajeto de 710 km “foi a primeira via aberta oficialmente pela Coroa Portuguesa para ligar o litoral fluminense à região produtora de ouro no interior de Minas Gerais. Na época, no século XVII, o percurso levava 60 dias para ser feito pelos tropeiros a cavalo”.

 

 

Texto/VAN: Emanuel Reis

Colaboração: Hugo Pacheco

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