Diego Alexandre, aluno de jornalismo da UFSJ, conta sobre seus projetos
extracurriculares e como eles acrescentam na vida acadêmica
 

Uma
ligação recebida em setembro de 2014 pode ter sido a mais importante na vida do
jovem lafaietense – Diego Alexandre (23), aluno do curso de Comunicação Social
– Jornalismo na Universidade Federal de São João del-Rei. Do outro lado da
linha estava o cineasta Luis Carlos Lacerda, o Bigode, um dos expoentes da
sétima arte nacional, convidando-o para ser o 2º assistente de direção do seu
novo longa, “Introdução à música do sangue”, que seria gravado em Cataguases.
“Eu fiquei surpreso porque a pré-produção já havia começado e eu não esperava o
convite”.
Mas
não foi só isso. Em mais uma obra do acaso digna de roteiro cinematográfico,
Alexandre ganhou, sem querer, uma vitrine para o documentário “Só para Loucos”,
além de impulso para criar, na UFSJ, o “Cinema de 5ª”.

Bigode


de Lacerda desde que assistira “Leila Diniz” – sucesso dos anos 80 – os dois se
conheceram em uma oficina ministrada pelo cineasta na Mostra de Cinema de
Tiradentes- que busca valorizar o cinema independente de novos realizadores
audiovisuais do país – em 2012 e se tornaram amigos desde então. “Na época
propus fazer um blog sobre a filmografia dele, e na verdade é um trabalho que faço
até hoje. Então a gente sempre manteve contato, sempre conversando sobre filmes”.
As
gravações do filme duraram menos de um mês, mas foram marcadas pela convivência
assídua entre a equipe. “Ficamos quase confinados na fazenda em que estávamos
hospedados, porque não tinha nada por perto”, relembra. Veja bastidores desse
processo (aqui).
“Introdução
à música do sangue” conta com Ney Latorraca, Bete Mendes, Armando Babaioff e
Greta Antoine no elenco com roteiro adaptado por Lacerda do argumento de Lúcio
Cardoso escrito há mais de 50 anos. A história do longa, que deve ser lançado
ainda em 2015, gira em torno de uma família rural que resiste à ideia de contar
com energia elétrica onde vive.



Reconhecimento
Do
convívio, nas gravações surgiu a aproximação com o ator Ney Latorraca, que se
interessou por documentário gravado por Diego, “Só para loucos” – O trabalho narra
a vida do cantor Wilson da Silva, conhecido como Ventania.
“Certo dia eu estava jantando e o Ney chegou perto de mim, pediu pra assistir
meu curta. Ele veio super interessado com a Bete Mendes e ambos assistiram. A
coisa se espalhou e toda a equipe acabou tendo acesso ao trabalho. Todo mundo
gostou. Pelo menos foi o que disseram”, brinca.

O Documentário
“Só
para loucos” foi gravado durante três dias, em São Tomé das Letras. A
iniciativa da gravação foi do próprio Diego Alexandre, que entrou em contato
com o produtor de Ventania ao descobrir que ninguém havia feito um documentário
sobre o compositor, cantor independente e andarilho. “Ele disse que ia
conversar com o Ventania e me daria o retorno. Então eu pensei: ‘Esse cara nem
vai ligar de novo, mas uns dois dias depois ele me telefonou dizendo que tinha
muito interesse no projeto e perguntando quando poderia ir à cidade”.
O
universitário então apresentou a ideia para uma produtora em busca de todos os
equipamentos necessários. Com proposta aprovada, marcaram  viagem e partiram para as gravações em julho
de 2013.
O
filme é dividido em duas partes: a primeira consiste no cantor falando de sua
vida, da infância e da sua “introdução” ao movimento hippie.  Na segunda o foco é na carreira de cantor. “O
vídeo é ambientado dentro da casa dele. O que não deixa de ser interessante
porque nada até hoje foi filmado la”, afirma Alexandre.



Projetos
“Só
para loucos” ainda não tem data de lançamento, mas Diego assegura que
disponibilizará na web caso não seja lançado em algum festival de cinema
independente.  Alexandre, porém, continua
se dedicando à sétima arte. Exatamente por isso, criou o “Cinema de 5º”, um
projeto que leva produções nacionais às quintas-feiras para salas de aula na
UFSJ. Segundo ele, a ideia, agora, é poder trazer algum diretor para comentar o
próprio filme quando exibido no projeto. “Eu quero trazer o Bigode ano que vem
para exibir o ‘Leila Diniz’, completa”.

Diego
Alexandre descobriu na imersão das telas seu maior prazer. A combinação entre
imagens, sons e sentimentos, fez com que ele tivesse apenas uma certeza na
vida: “Se um dia eu concluir que não vai dar pra eu trabalhar com cinema, não
vai ter sentido eu fazer mais nada” finaliza.
Texto: Jederson Lucas e Leonardo Duque
Fotos: Universo
Produção, Rafaela Lima e Pato Preto

** #EVU – O Especial Vida Universitária é resultado de uma oficina de texto dada pela jornalista Mariane Fonseca para integrantes da Vertentes Agência de notícias e sairá às segundas-feiras até 16/02/2015.

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