Esquadrão de Aço se despede da primeira participação no mineiro após campanha digna de campeão

 

Após perder o primeiro jogo da semifinal em casa no sábado (4) por 2×1, o Athletic Club Futebol foi a Belo Horizonte enfrentar o América pelo Campeonato Mineiro Feminino. A partida aconteceu no Estádio do Baleião onde o clube sanjoanense encerrou sua primeira participação na competição após perder de 5×0. Apesar da derrota, as meninas do recém fundado time deixaram boas memórias na cabeça do torcedor: quatro vitórias em quatro jogos na primeira fase.

Segundo o técnico do clube, Clayton Nogueira, fala a respeito do sonho da equipe de participar do mineiro mas da incógnita que se tornou o desempenho da equipe. “Não pelo nosso time, que eu sabia que era bom, mas pelos outros, pois não conhecíamos os adversários”, explica o profissional. O Athletic caiu na chave com dois times tradicionais de Belo Horizonte e com grande histórico em finais. “Chegar a semifinal de maneira invicta foi espetacular”, conta Nogueira. E completa que “jogar de igual pra igual com o atual campeão mineiro na semi, o América Mineiro, foi muito bacana”.

Dando sequência a entrevista, ele nos conta um pouco de sua trajetória e destaca o amor pelo futebol feminino justamente por suas carências e dificuldades de se firmar. “Ano passado tinha uma escola de futebol e percebi que muitas meninas se interessavam pela prática”, relata o professor a respeito da criação do America del Rey. O técnico trata o ingresso em um time profissional como uma oportunidade de disputar campeonatos profissionais, como o Mineiro.

Apesar de certa resistência com relação ao futebol feminino, o entrevistado conta que “o resultado final e toda repercussão criada fará com que ano que vem teremos mais pessoas nos apoiando”. “Creio que o crescimento foi em todos sentidos: marca do clube, nos profissionais envolvidos e para as meninas integrantes da equipe”, ressalta Nogueira.

A base da categoria existe desde o ano passado com meninas da região. A confirmação da profissionalização do time mobilizou o técnico a chamar jogadoras de outras regiões, como é o caso da zagueira Liene Trindade (27). A atleta entrou em campo pela primeira vez aos 7 anos, mas só passou a jogar de forma desportiva aos 17. Com a mesma idade foi para Lorena do Vale do Paraíba (SP), jogar o campeonato paulista de 2008.

Como já antes mencionado, a prática do futebol feminino encontra grandes barreiras. A zagueira conta que “enfrentou grandes barreiras para sua prática, desde a aceitação nos núcleos familiares até mesmo em clubes em apoiar e dar condições às atletas de se consolidaram na modalidade”. Convocada por Clayton, a jogadora chegou a ficar dois anos parada até voltar a disputar competições por outro clube antes de ingressar no Athletic. “A Athletic mostrou se um clube visionário na região desde já criando não somente o time feminino assim como a base que ja possui boas atletas com grande potencial”.

Com relação ao campeonato Mineiro, Liene destaca a competitividade da equipe que, mesmo tão jovem, mostrou grande empenho e dedicação das atletas. A desconfiança da torcida se transformou em apoio a equipe que jogo após jogo foi provando a que veio. A entrevistada lamenta os erros da arbitragem que, segundo ela, auxiliaram na derrota para o América MG. Todavia, exalta o trabalho que foi realizado até aqui e acrescenta que “o time evoluiu ganhou consistência e se mantendo assim ano que vem poderemos alçar voos maiores com toda certeza”.

 

Texto/VAN: Victória Souza
Foto/Reprodução: Cristiane Mattos FMF

Deixe comentário

Seu endereço de e-mail não será publicado. Os campos necessários são marcados com *.

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.