Dia do Rock com novas vozes: Mulheres e comunidade LGBTQIAPN+ desafiam padrões nos palcos mineiros
Mesmo inseridas na cena, expressões independentes ainda lutam contra o machismo e a baixa representatividade no rock
Por Ana Clara Reis, Lídia Oliveira e Isabella Emily
No dia 13 de Julho é celebrado o Dia Mundial do Rock, um gênero que marcou gerações, comportamentos e estilos de vida. Nascido nos Estados Unidos, na segunda metade do século XX, o rock teve seu auge nas décadas de 1970 e 1980, resultado da fusão de diversos estilos, em especial da música negra, como o jazz, o folk, o country e o rhythm and blues.
Nessa trajetória, nomes como Johnny Cash, Jimmy Preston, Jackie Brenston e Chuck Berry — considerado por muitos o “pai do rock” — se destacaram. No entanto, as contribuições femininas e de outras identidades não masculinas, embora fundamentais, foram frequentemente apagadas ou deixadas à margem da história oficial. Artistas como Sister Rosetta Tharpe, Memphis Minnie e Aretha Franklin pavimentaram caminhos, mas continuam sendo pouco lembradas.
Hoje, em 2025, a cena do rock ainda reflete desigualdades de gênero e identidade. Embora o discurso da diversidade tenha ganhado mais espaço, a prática dentro dos palcos, bastidores e festivais ainda está longe da equidade. Mulheres e LGBTQIAPN+ continuam sendo minoria nas programações de eventos, enfrentam resistência na hora de fechar shows e, em muitas vezes, não são validadas como musicistas ou compositoras. Em muitos casos, precisam lidar com a hipersexualização, a desvalorização técnica e o apagamento de suas contribuições.
Ainda assim, essas vozes seguem na tentativa de se fortalecer e de ocupar espaços que antes lhes eram negados. Dentre essas artistas que resistem e criam dentro de um cenário predominantemente masculino, destaca-se a banda são-joanense Tina, formada inteiramente por mulheres da região das Vertentes. A formação conta com Mônica Mondaini e Letícia Bassi nos vocais, Flávia Lemes, Julia Flett e Jordana nas guitarras, Marina Esther no baixo e Juliana Trevisan na bateria.

O nome do grupo carrega uma homenagem à cantora Tina Bell, vocalista da banda Bam Bam — uma mulher preta que liderava uma banda de rock nos anos 1980, enfrentando o racismo e o sexismo. Marina Esther, baixista da banda, relembra a estreia da Tina, que ocorreu no evento Grunge Day, em 2023, no bar La Motta — um espaço cuja programação era majoritariamente composta por bandas masculinas. Ela destaca que, após a escolha do nome, surgiu a ideia de tocar grunge feito por mulheres, já que, quando se fala nesse estilo, o imaginário coletivo ainda remete a bandas como Nirvana, Pearl Jam, entre outras.
O propósito da Tina vai além da técnica ou da busca por reconhecimento profissional: é sobre se divertir. “Nosso intuito é se divertir, gritar mesmo, fazer barulho e chamar todo mundo que normalmente não está nesse espaço, sabe?”, afirma Mônica. “Mulheres, pessoas totais, venham pra frente e vamos ocupar aqui também, porque ele já foi ocupado tempo demais só por homens, brancos.” Elas ressaltam ainda referências femininas e nacionais como Bulimia e As Mercenárias, que pregam justamente esse ideal. Além disso, Mônica cita a ausência de referências femininas locais no rock e no punk como um dos impulsos motivadores para começar.
Para além da performance, há um esforço claro em transformar o show num espaço acolhedor e de liberdade. Mondaini conta que, no início, sentia uma cobrança interna para se destacar tecnicamente, como se precisasse provar algo para estar ali. Com o tempo, essa ideia perdeu força, e ela passou a valorizar muito mais o prazer de estar no palco e se sentir bem fazendo o que gosta. Marina compartilha do sentimento: “No primeiro show eu tremia de medo, mas hoje, subir no palco com as meninas é tão bom que todo o resto se torna insignificante. Não é sobre ser a melhor, é sobre se sentir bem e mostrar que outras meninas também podem fazer isso”, afirma.
A formação de uma banda inteiramente feminina também impacta diretamente o público — especialmente quando esse público é composto por mulheres e pessoas LGBTQIAPN+. Mônica destaca que essa identificação acontece de forma natural: quando a plateia vê o grupo se divertindo e ocupando aquele espaço com atitude, sentem-se naturalmente convidadas a fazer parte. As influências vêm do movimento Riot Grrrl e de bandas como Bikini Kill, que abriram caminhos para mulheres no punk e no underground. Toda essa postura se reflete também na forma como a Tina se organiza: de maneira totalmente independente. São elas que ensaiam, carregam os equipamentos, lidam com os custos, montam o palco e cuidam da divulgação nas redes.
Quando o assunto é visibilidade, a vocalista é direta ao afirmar que não esperam espaço na grande mídia. “É trabalho de base mesmo. É de criar uma consciência de que coisas são possíveis fora do que aparece na mídia dominante, sabe?” Para ela, quando o punk entra na lógica da indústria ou da moda, perde a essência. “Punk não é trend. Se fosse trend, ele já teria morrido e o Punk não morreu.”
Com atitude, som potente e referências significantes, elas têm se destacado em apresentações locais e construído, passo a passo, um espaço onde mulheres no rock não sejam exceção, mas sim parte essencial da cena.
Na mesma proposta contundente e combativa, com forte influência da Art Girl, a banda Gaspacho, fundada por Liz Möller (guitarra e voz) e Juliana Trevisan (bateria e voz) e formada atualmente com Camila Soares (baixo), engloba muito barulho bom, punk, rock, indie e tudo que o grupo considerar significativo para as composições e os sons, “por todas as possibilidades não muito óbvias” de música, conforme destaca Juliana. Entre trocas de mensagens de texto, zines, costuras e composições, as possibilidades não muito óbvias mantêm a dicção musical do trio.
Com canções como “Pandemônio”, lançada em 2020, durante a pandemia da covid-19, Gaspacho trouxe sua marca política ao centro do palco, deixando claro que a banda tem um posicionamento diante de questões sensíveis à manutenção da vida no mundo capitalista que é, por vezes, insustentável, como ocorreu no governo Bolsonaro. Liz aponta as motivações para a composição da música: “Esse primeiro álbum foi muito do que a gente tava passando na época, mesmo sendo pré-pandemia, estávamos no mestrado e a gente tava sofrendo muito e, além disso, era aquela época Bolsonaro; insegurança de manter bolsa ou não; eu pelo menos tive épocas que não tive bolsa e daí eu pegava vários freelas e aí tinha todo esse cansaço, além do cansaço político, questões de saúde. Acho que tudo isso pautou assim. E muito essa coisa da raiva, de ficar com raiva dessas coisas acontecendo e de soltar isso assim de alguma forma.”
Para a banda, a raiva é uma força motriz para compor e tocar. A vocalista expõe que “é isso mesmo, é a coisa dessa raiva que a gente lidou muito e lida. Eu acho que[…] a diferença sonora principalmente do vocal, da gravação que a gente fez, completamente caseira inclusive, para os shows agora, porque a gente aprendeu a gritar nesse meio tempo.” Ao mesmo tempo, se o que uniu a banda foi o coletivo e o fazer em comum, o trabalho manual e o senso de organização e expressão da raiva, há espaço nos discos para o afeto: “Eu acho que é bem a gente a coisa de sentir muita raiva, mas muito afeto pelas pessoas importantes também”, relata Juliana.
Diante do questionamento sobre os preconceitos que bandas formadas por pessoas fora do padrão masculino sofrem, Liz e Juliana respondem, assertivamente, que a banda não deve ser reduzida a um gênero: “Tem tantas identidades que a gente pode ter, e tanta gente fazendo tantas coisas, e a gente ainda precisa debater muito isso”, afirma Liz. Conforme apresentado, para o grupo, essa redução tende a desconsiderar o trabalho realizado e hierarquizar o gênero acima da proposta da banda.
Essas características descrevem Liz, Juliana e Camila, na construção de lugares de presença, prazer no que se faz e manifestação de vozes que compõem suas próprias identidades. Nesse caminho, Juliana enfatiza: “A gente precisa fazer tudo em comunidade, assim, tanto pra se apoiar, quanto pra fazer sentido, porque a coisa da arte também, ela só faz sentido se ela se materializa. E ela se materializa porque alguém tá ouvindo e fazendo junto, enfim, tendo uma percepção coletiva da coisa.”

Uma vez que a banda é composta por mulheres cisgênero e não binária, Juliana complementa sobre a importância das redes de apoio no fazer artístico independente não heteronormativo: “Essa conexão com outras bandas de mulheres e pessoas trans e não binárias e acho que levar seu som pra algum lugar, divulgar com os zines, por exemplo, divulgar, fazer divulgações orgânicas, não só Instagram […] Tocar nos lugares, chegar nos lugares”.
Sobre a invisibilidade que perpassa o trabalho autoral independente no ramo do rock nacional, Liz pontua: “Eu acho que pra ter mais visibilidade pra pessoas que estejam fora desse espectro hétero, cis, branco, masculino, realmente tem que ter uma escuta mais ativa”. A vocalista também reconhece que falta uma visibilidade ao que é produzido por mulheres e por pessoas da comunidade LGBTQIAPN+, mas ressalta: “Eu gosto muito mais de ser reconhecida pelos meus pares e pelas bandas que eu gosto do que necessariamente uma coisa muito grande”.
Juliana comenta sobre a participação da Gaspacho em eventos maiores: “O Dia de Rock”, por exemplo, o último festival que a gente tocou, foi um grande reconhecimento pra gente, e foi incrível. Mas acho que como as músicas surgiram em uma coisa muito espontânea[…] eu acho que exatamente é essa coisa que abre uma porta do tipo ‘eu quero muito falar sobre isso, como eu vou conseguir falar e ser ouvida? Vai ser fazendo uma música’, então essa vontade de ser ouvida nunca vai passar”.
Acerca do fazer coletivo, que é primordial para a banda e envolve uma de suas referências sociopolíticas, o D.I.Y., Juliana afirma que os membros da banda fazem tudo, desde organizar os shows, fazer CDs em casa, encartes. Segundo Eliz: “a gente é o nosso maior apoio financeiro e organizativo”. Isso comprova dois pontos importantes sobre a cena punk e rock nacional: a manutenção do trabalho de base, coletivo, e, por outro lado, a falta de incentivo financeiro que marca a experiência de bandas dissidentes.
A reportagem conversou também com Fernanda Assumpção, que faz parte da cena do rock mineiro de São João del-Rei, em outra roupagem: por meio da discotecagem. Fernanda, que tem 43 anos e é professora de Inglês, conta como foi sua inserção no meio musical, relatando que suas referências no rock vieram de seus pais, motivo pelo qual ela toca nas noites há aproximadamente 15 anos. A discotecária comenta que sua relação com a música a fez aprender a língua inglesa por meio dos encartes de vinil. Desde a adolescência até a atualidade, a música tem sido uma parte significativa de sua vida, não só no rock, mas também de outros estilos, como punk e indie.
Sua experiência com a discotecagem é resultado do acaso: “No São Jorge, a banda tinha cancelado ou o som tinha estragado e o dono do bar, que era meu amigo e sabia que eu gostava muito de música, perguntou se eu não queria discotecar lá”. Fernanda, a partir disso, começou a tocar nesse bar e em outros sempre que era convidada.
Questionada sobre o rock ser um espaço predominantemente masculino, Fernanda afirma que não percebe esse machismo de forma evidente e que o espaço da discotecagem tem muitas mulheres que gostam de música. Fernanda não se aprofundou nesse tema, embora tenha citado a questão da presença feminina na discotecagem. Ela comenta: “mas realmente[…] não tem muita mulher que faz discotecagem”, acrescentando: “mas eu acho massa, gostar, tocar meu som, igual quando tem banda”.
Nas noites em que é chamada para eventos, Fernanda destaca que prioriza muito o gosto do público e as músicas que as pessoas querem ouvir, apontando para o fato de ter uma boa relação com os frequentadores dos lugares onde toca, que, segundo explica, não se espantam com o fato de uma mulher estar comandando o som: “o pessoal sempre me respeita muito[…] eu acho que o pessoal acha até mais legal de ver uma mulher discotecando rock[…] eu nunca reparei assim nesse aspecto”.
Em relação ao fato de que poucas mulheres com mais de 40 anos estão na cena do rock regional, Fernanda acredita que isso se deve ao pouco interesse dessa faixa etária em estar na discotecagem. De acordo com o colocado por ela: “ Eu acho que se tivesse interesse de mulher discotecar no rock, claro que teria abertura. Eu acho que isso é uma coisa que não parte muito também das mulheres”. Essa perspectiva de Fernanda também é notada em outras falas sobre machismo: “Não é muito essa questão de gênero, não. Eu acho que é questão de gostar mesmo, de querer ficar na noite tocando”, “ é questão de querer estar lá, de participar, de ficar”.
A discotecária reforça que nunca viu diferenças em relação às questões de gênero no meio da música e que a discotecagem pode não ser cogitada pelas mulheres por fatores individuais: “Acho que a minha mãe sempre me incentivaria a tocar, meu pai também, sabe? Eu sou muito assim, eu faço o que eu quero”.
Fernanda destaca que, durante os anos de discotecagem, foi percebendo mudanças nos espaços que havia para mulheres e para o rock e como houve diminuição dessas casas de show direcionadas ao rock: “Então podia ter mais bar de rock pras meninas, pras bandas se expandirem. Eu acho que mesmo as bandas autorais aqui de São João[del-Rei] tá difícil de ter espaço pra tocar”.

Em relação às mulheres que querem entrar para a cena da discotecagem de rock, Fernanda aconselha:”o recado que eu dou é siga em frente, se você quer discotecar, vai discotecar, porque é massa[…] eu não discoteco sic por causa do dinheiro, eu vou lá porque os amigos me chamam e eu fico feliz de ir lá tocar”. Ainda nesse sentido de gostar do que faz, ela completa que a rede de apoio é essencial para que possa continuar discotecando: “essa questão do pessoal lembrar de mim, me chamar pra discotecar porque eu gosto de música desde que eu nasci, isso eu acho muito gratificante”.
Dentre as bandas que tocam contra a corrente e desafiam os padrões da cena do rock, destaca-se a Inoutside — um power trio feminino LGBTQIAPN+ de Juiz de Fora (MG), formado atualmente por Mariana Campello (guitarra e voz), Bruna Odas (baixo e voz) e Leticya Bernadete (bateria). Com referências como Pitch, Paramore, Linkin Park, Demonic e The Warning, a banda foi fundada em 2012 na cidade de Vitória (ES) e atua há oito anos em Minas Gerais, trazendo novas sonoridades e questionamentos urgentes para o cenário regional.

A transformação mais significativa ocorreu em 2019, quando a Inoutside passou a ter uma formação 100% feminina. A partir desse momento, o grupo deixou de ser apenas um meio para fazer música e se tornou um forte veículo de expressão política e pessoal. “Todo mundo que se expõe publicamente é político, e isso a gente sabe. Nós, por sermos mulheres e termos uma banda só de mulher, em um ambiente tão masculino, é mais político ainda”, defende Mariana. Além da presença feminina, a chegada das novas integrantes possibilitou um alinhamento de pensamentos e propósitos que, segundo ela, transformou profundamente a identidade da banda — agora mais consciente e coerente com aquilo em que acreditam.
Essa mudança na identidade, no entanto, não veio acompanhada de um tratamento igualitário. Mariana relata que, quando havia um integrante homem, mesmo que não fosse o líder, o respeito e a atenção eram muito maiores. “Era com ele que as pessoas falavam, era ele quem recebia os elogios. O som pesado era justificado porque tinha um homem na banda. Hoje, é outro tratamento”, observa.
Além disso, ela e Leticya relatam enfrentamentos diretos com o machismo, presentes tanto nos palcos quanto nos bastidores. Comentários como “parece até que são homens tocando” revelam como a potência sonora ainda é associada ao masculino. O preconceito se manifesta principalmente nas relações com técnicos de som, que frequentemente ignoram ou subestimam os pedidos da banda, comprometendo a qualidade da apresentação. Após os shows, não é raro que homens da plateia se aproximem para dar sugestões técnicas não solicitadas, assumindo um papel corretivo que dificilmente ocorreria com grupos masculinos.
O contexto mais amplo também influencia os desafios enfrentados pela Inoutside. Elas destacam que o rock, gênero nascido como forma de resistência e contracultura, tem se tornado progressivamente mais conservador, afastando-se de suas origens negras, femininas e ativistas. “Era pra ser esse lugar de quem está marginalizado, de falar, dar opinião, mostrar que nem tudo tem que seguir a norma […] é contracultura, é vanguarda, é necessário que exista. E hoje em dia virou uma coisa meio saudosista, meio 100% conservadora”, afirma Mariana. Para o grupo, permanecer fiel à própria identidade é mais importante do que se adequar a uma cena que insiste em invisibilizá-las. Mesmo que o caminho seja mais longo, a luta por um espaço mais justo, inclusivo e plural é essencial.
Com o intuito de fortalecer a representatividade feminina no rock e devolver à comunidade o que recebem, a Inoutside criou um projeto educativo como contrapartida a uma lei de incentivo cultural. O projeto leva palestras e shows para escolas, contando a história do rock e mostrando que esse espaço também pertence às mulheres. “Na verdade, você pode, assim como ele pode, assim como ela pode”, afirmam. Em um cenário onde a maioria dos alunos de guitarra e bateria ainda é composta por homens, ver mulheres ocupando esses lugares torna-se uma transformação poderosa. “Se eu nunca tivesse visto, talvez nunca pensasse que eu poderia ser roqueira”, destaca Mariana.
Outro desafio urgente apontado pela banda é a exploração do corpo feminino no meio musical. Muitas vezes, o pouco espaço concedido às bandas femininas está condicionado a uma lógica de objetificação — como se estar no palco exigisse agradar ao olhar masculino. “A gente tá ali tocando pra um público majoritariamente masculino e ouve um ‘tira a roupa’. Tipo assim, você tá ouvindo que eu tô tocando? Você falaria isso pra um cara que tá ali?”, questiona a vocalista. Essa lógica também se manifesta na aceitação mais fácil das mulheres quando seguem um padrão estético sexualizado. Para o trio, é fundamental mostrar que existem outros caminhos e que as mulheres não precisam se submeter a essa lógica para ocupar seu espaço. Incentivar a autonomia, o protagonismo e a formação é o primeiro passo para transformar essa realidade. “Nosso papel é esse, incentivar outras mulheres a seguirem o caminho da autenticidade, a fazerem o que elas querem.”
Para ampliar a visibilidade de mulheres e pessoas marginalizadas no rock, a Inoutside ressalta a necessidade de uma ação coletiva e constante — que vá muito além das programações simbólicas de março. Elas destacam a importância do engajamento de produtores, jornalistas, casas de show, coletivos culturais e outros agentes para olhar com atenção e dar espaço à diversidade. Mais do que abrir espaço, é preciso fomentar redes de apoio e incentivo entre mulheres, independentemente da área de atuação. “Especialmente nós, mulheres, precisamos procurar abraçar e apoiar outras mulheres, porque isso é o primeiro passo pra ocupar mais esses espaços e ter maior visibilidade.”
Assim, a transformação do cenário acontece não só com instrumentos e amplificadores, mas também com afeto, solidariedade e posicionamento político. Nesse sentido, promover o trabalho coletivo e buscar ativamente conhecer quem está fazendo a cena acontecer é um passo essencial.
SERVIÇO
Para saber mais e acompanhar os trabalhos dos grupos citados, acesse:
Instagram – Tina (@tina.girlygrunge), Gaspacho (@gas.pa.cho), Nanda Assumpção (@nanda.assumpcao) e Inoutside (@inoutsideoficial).
Spotify – Perfis Tina, Gaspacho e Inoutside.