Por Ana Luiza Reis e Júlia Resende

Torcedor segurando bandeira do Athletic. Foto: Ana Luiza Reis

No último sábado, 5, a emoção e a adrenalina contagiaram o público presente na Arena Sicredi, em um confronto entre Athletic e Londrina pela vaga na Série B do Campeonato Brasileiro de Futebol. Com a casa cheia, a cada falta cobrada, cada lateral e passe dado, a torcida parava atenta. As duas bolas na rede produziram suspiros de alívio, exceto quando o Londrina também marcou e a apreensão tomou conta por alguns segundos. No final, 2 a 1 para o time são-joanense e a tão sonhada, e muitas vezes posta como impossível, vaga na Série B.

Para João Pedro Maximiano, de 21 anos, o sentimento ao ver a vitória do time de coração foi inesquecível. “Eu quero levar essa lembrança para sempre comigo e contar para meus filhos e netos. Para mim, ver o time que cresci assistindo, chegar à elite nacional não tem preço. Me arrepio só de lembrar do apito final que concretizou o AC entre os 40 clubes mais bem colocados do Brasil”, ressalta. 

Quem imaginaria, lá em 1909, que um clube criado em São João del Rei, pequena cidade do interior de Minas Gerais, um dia conquistaria seu lugar na elite do futebol brasileiro? De lá para cá, foram muitas histórias. Muitos jogadores participaram do time. Paixão de pai para filho. Muitas conquistas que permitiram o Athletic ser o que é hoje. 

 Depois de 50 anos sem jogar no futebol profissional, o time conseguiu chegar à terceira divisão do Campeonato Mineiro em 2018 e, em 2021, já disputava a elite do futebol mineiro, se consagrando Campeão do Interior em 2022. Um ano depois, em 2023, o time jogou na quarta divisão do brasileirão (Série D) e, em apenas uma temporada, foi classificado para a Série C. Nesse mesmo ano, o clube estreou sua participação na Copa do Brasil. 

Agora, outubro de 2024, a cidade parou para presenciar mais uma parte da história do Athletic ser escrita: o acesso para a Série B do Campeonato Brasileiro. Para Filipe Toledo, 22 anos, essa conquista significa um marco histórico, não só para o clube mas também para a cidade. 

“Nos últimos anos vimos grandes equipes vindo a São João del Rei como o Cruzeiro, Atlético Mineiro e São Paulo, e ver esses times que muitas vezes só conseguimos assistir pela TV virem aqui pra jogar é uma sensação de realização. Com esse acesso e a proximidade com a elite do futebol, essa será uma sensação mais frequente na vida do são-joanense. Além disso, o Athletic passa a ser cada dia mais um holofote para nossa cidade, contribuindo para que o local onde eu, assim como outras milhares de pessoas, nasci e cresci”, destaca Filipe. 

Já Ricardo D’Angelo, 56 anos, é conselheiro da Associação do Athletic e conta como a paixão pelo clube veio do berço e virou uma grande parte da sua vida. “Eu já nasci athleticano,  pois meu avô e meu pai sempre participaram do clube, como sócios e conselheiros, assim como hoje eu sou”. Além disso, para ele, o acesso do time para a série B só trouxe vantagens, uma vez que trará ainda mais visibilidade para a cidade, assim como mais investimentos e movimentação na economia municipal. 

Por agora, os torcedores são-joanenses querem comemorar o tão sonhado acesso, mas a grande final do campeonato já está com data marcada. O Athletic enfrenta Volta Redonda em duas partidas, a primeira no dia 12, fora de casa, e o jogo de volta no final de semana seguinte, dia 19, em casa. A expectativa é levantar a taça do Brasileirão Série C e entrar na segunda divisão com o pé direito. 

Mascote do time com camisa personalizada da Série B.
Mascote do Athletic com camisa em comemoração ao acesso. Foto: Ana Luiza Reis