Por Lara Reis

Caneca e bloco de anotação.
Foto: Reprodução/ Adobe Stock

Jornalismo…quando tal palavra ecoa no ar, imediatamente pensamos em comunicação, extroversão…superficialmente falando, seria demasiadamente difícil imaginar pessoas tímidas levando essa profissão para a vida, certo?

Por muito tempo, eu fui a personificação da timidez. No entanto, considero muito simplista dizer que, hoje, a extroversão é tudo que há em mim. Porque, embora em menor quantidade, ainda carrego traços da garota tímida de cinco anos atrás.

Mas, mesmo na época em que tal lado prendia minha voz, os bastidores estavam fora de cogitação. Desde que me entendo por gente, sempre quis ser (não, não vou dizer jornalista) cantora. A partir dos meus onze anos de idade, passou a haver uma pasta sobre a mesa da sala de casa na qual eram postos vários papéis, todos preenchidos com composições.

Compor letras e cantá-las era minha paixão. Ainda é. A diferença se encontra apenas no local onde deposito minha criatividade. Se antes era em uma folha A4, hoje é o bloco de notas do celular.

Outro hobbie que ocupava meus dias também tinha a escrita como pilar. Afinal, eu amava escrever tramas ficcionais (embora nunca tenha terminado uma sequer).

Mas como fui de cantar, compor e elaborar histórias para a atividade jornalística? Não é muito difícil imaginar, certo? Tais atividades não são tão incompatíveis. Todas possuem pontos em comum – a escrita e a comunicação, por exemplo. Todavia, não foram apenas estas semelhanças que me levaram ao jornalismo…foi o medo. Imagine seguir carreira artística no Brasil? Complicado é pouco para descrever. Mas, claro, ser jornalista não é um mar de rosas, longe disso – a propósito, aí está um de meus defeitos: sonhar com profissões difíceis.

Depois que passei no ENEM, eu não tinha ideia do que escolher. Porque a opção responsável pelo brilho em meus olhos era impensável! Então, escolhi a área de comunicação social. Ou seja, como aqueles humoristas de repertório batido diriam: “Eu caí aqui de paraquedas”.

Soa triste desistir dos sonhos por medo. Mas se eu dissesse que estar neste curso é viver em tristeza ou que estou odiando, mentiras estariam sendo contadas.

Sempre fui aquela pessoa que não sabe muito sobre a própria cidade – até porque, por um certo tempo, vivi me mudando. No entanto, cursar jornalismo tem sido um despertar. 

É incrível entrevistar pessoas e conhecer realidades que eu jamais veria se estivesse em outro curso. Hoje, posso dizer que conheço mais sobre São João del-Rei, conheço mais sobre seus moradores e, ainda assim, sei tão pouco. Há tanto para descobrir quanto para entender.

Meu mundo tem se expandido e sou capaz de expandir o mundo dos outros. Isso faz meus olhos brilharem!