Por Ana Cláudia Almeida e Ana Julia Barbosa

De quatro em quatro anos, eventos grandiosos acontecem e fatos se repetem.  Novamente às vésperas da mais antiga e maior celebração esportiva mundial, os holofotes têm se voltado para as modalidades e atletas olímpicos e, com isso, a procura pela prática desses esportes tem crescido. 

Um deles, o basquete americano, criado em 1891 e introduzido nas Olimpíadas somente 45 anos depois, teve seu desenvolvimento e consolidação devido a uma organização sistemática proposta por federações ao longo do século XX. Atualmente listado entre os esportes mais populares, pode-se garantir que sua fama tem relação direta com o investimento massivo nas principais ligas profissionais do mundo, como a NBA e WNBA (National Basketball Association e Women National Basketball Association, respectivamente). 

Projeto Jovens Olímpicos

Presente em solo brasileiro desde 1896, o basquete nacional não vem apresentando bons resultados na categoria adulta profissional. Em sua campanha de classificação para os Jogos Olímpicos de Paris 2024, a seleção feminina não assegurou uma das vagas disponibilizadas pelo Pré-Olímpico de Basquete Feminino 2024, disputado em fevereiro, no Pará. Agora, para contrariar a má fase olímpica de 8 anos e ter pelo menos uma representação na modalidade, resta ao Brasil se classificar no Pré-Olímpico de Basquete Masculino 2024 em julho na Letônia. 

Embora o então quadro negativo apontado em âmbito mundial, um histórico vitorioso é observado em torneios menores, como os Jogos Pan-Americanos e o Champions League das Américas de Basquete. Este último, focado no confronto entre clubes sul-americanos, com 3 times brasileiros campeões em 5 edições ocorridas, justifica um processo ainda em desenvolvimento do basquete brasileiro e justifica a atual popularidade da NBB (Novo Basquete Brasil), principal liga do país, aprovada pela FIBA (Federação Internacional de Basquete). No interior de Minas Gerais, esse entusiasmo com o campeonato brasileiro e os clubes da modalidade não é diferente. Na região das Vertentes, mais especificamente na cidade de Tiradentes, o projeto social Jovens Olímpicos tem atraído diversos jovens e crianças amantes do basquete.

Paulo Wagner Nogueira Campos, ex-superintendente de esportes e lazer do município, explica que, por meio do apoio da Lei de Incentivo Federal, aulas gratuitas acontecem no Ginásio Poliesportivo. Além disso, ele relata que “a prefeitura é o elo entre o projeto e a empresa que faz a captação (Associação Natividade), e que foi responsável por trazer o projeto (…)”. Em suma, com toda uma infraestrutura de materiais e instrutores capacitados,  às terças e quintas de manhã e à tarde, alunos de 11 a 17 anos têm sido introduzidos nessa prática esportiva, no ginásio localizado na rua Belica, no Parque das Abelhas. 

Equipe responsável pela existência e desenvolvimento do basquete no Projeto.
Professores Sávio Carvalho e Oriovaldo Rezende (à esq); Paulo Wagner (meio); e Rafael Diniz (diretor da Associação Natividade). Foto: Reprodução/Instagram @paulowagner_tiradentes

Através do esporte, muitas crianças apresentam melhorias no comportamento e empolgação com os estudos, pois o trabalho feito nas quadras se estende às salas de aula, como nos explica o auxiliar técnico Orivaldo Rezende, conhecido como “Bolinha”: “O basquete começou a representar muito para os nossos alunos aqui. Em um primeiro momento, se criou um modo de lazer e depois, a partir desse lazer, eles passaram a se interessar mais pelos estudos e em estar bem com as notas para poder jogar, participar”.

Bolinha, um professor de educação física então aposentado, há 22 anos desenvolve o basquete tiradentino. Ele, antes de se tornar auxiliar técnico do professor Sávio no projeto Jovens Olímpicos, já coordenava um projeto próprio, ainda existente, voltado ao ensino pleno da modalidade para alunos de escolas locais e crianças e jovens da comunidade em geral. O técnico orgulhosamente nos conta que o jogador Pedro Henrique Nogueira, recentemente convocado pela seleção brasileira master (categoria para jogadores com 30 anos ou mais), iniciou no esporte na escola pública em que dava aula, onde a quadra era descoberta e havia somente uma única bola de basquete. “Ele virou um exemplo para vários meninos nossos do projeto, que acabam se espelhando, né. Um menino de Tiradentes, que começou na nossa quadra e hoje vai disputar no México, representando a seleção brasileira, isso é um orgulho!.”

Depois, o também atleta master (categoria 60+) relembra de sua aluna Olívia que, graças ao basquete, conseguiu se formar em fisioterapia após ganhar uma bolsa de estudos para atleta. Oriovaldo diz sempre incentivar o tempo gasto não só com o basquete, mas com o esporte. Para ele, mencionar essas histórias é apresentar referências próximas à realidade de seus alunos e, no mais, mostrar a influência positiva da prática esportiva na vida de um jovem

Alunos na aula do projeto Jovens Olímpicos.
Alunos na aula do projeto Jovens Olímpicos. Foto:Reprodução/Instagram @natividade.esp

Campeonato Master na região das Vertentes

Neste feriado prolongado de 30 de maio a 02 de junho, está ocorrendo em São João del-Rei e Tiradentes o 5º Campeonato Sul/Sudeste de Basquete Master, torneio direcionado para atletas de 30 anos ou mais das regiões sul e sudeste. Entre esses jogadores, Orivaldo, sabendo da importância de campeonatos como esse para disseminar o basquete entre as crianças e jovens da região, comemora a transmissão dos jogos via Youtube: “Este campeonato acontecendo, pelo trabalho que desenvolvemos aqui em Tiradentes, é muito bacana. Os meninos e meninas estão assistindo, teve até alguns aluninhos meus que foram me assistir jogar em São João del-Rei, isso é bem bacana.”  

SERVIÇO 

Para mais informações:

Instagram Associação Natividade – @natividade.esp

Instagram Departamento de Esportes e Lazer da Prefeitura de Tiradentes – @deptoesportestiradentes

Instagram Professor Oriovaldo Rezende – @oriovaldobolinha