Evento da UFSJ debate a cultura no Campo das Vertentes
Na abertura, nesta quinta (17), os participantes puderam conhecer a experiência de veículos de comunicação de Barbacena, Resende Costa e São João del-Rei
A cultura no Campo das Vertentes é o tema do 7º Ciclo de Debates que acontece no anfiteatro do campus Tancredo Neves (CTan), da Universidade Federal de São João del-Rei. A abertura ocorreu na última quinta (17), mas o evento prossegue até a sexta (25). Uma das organizadoras do evento e das idealizadoras do projeto Vertentes Agência de Notícias (VAN), a professora doutora Filomena Bomfim, abriu o Ciclo de Debates para os alunos, convidados e palestrantes. “Nada fazemos sozinhos no campo da comunicação”, disse ela, enaltecendo as parcerias que sustentam a VAN.
A professora mestra Najla Passos, que fez a apresentação do novo site da VAN, que agora incorpora novas funcionalidades: além da tradicional divulgação de notícias, passa a veicular também notas curtas sobre temas de utilidade pública e fotos em alta resolução.
A primeira palestra foi ministrada pelo jornalista André Eustáquio de Oliveira. Ele falou sobre a história Jornal das Lajes, que completou 15 anos. O jornal tem como objetivo resgatar a memória e cultura das Vertentes e informar de uma forma imparcial e livre. André é filósofo, entrou na comunicação a convite de um amigo, que anos depois seria seu sócio. Escreveu seu primeiro artigo sobre a Semana Santa de Resende Costa”. A partir disso, não parou mais, assumiu a redação do jornal já na segunda edição, apresentou aos sócios os primeiros colunistas e juntos fizeram do Jornal das Lajes referência na região.
A segunda palestra da noite foi conduzida pela professora doutora de Letras da UFSJ, Eliana da Conceição Tolentino. Ela abordou a história do Jornal do Poste, que foi criado em 1° de outubro de 1958, por João Lobosque Neto e continua na ativa até hoje. João foi um violinista, conhecido como fiscal “turrão” da Receita Federal e dono de um bar chamado Bife de Ouro, onde suas primeiras matérias eram lidas.
O jornal, que recentemente foi tombado como patrimônio imaterial de São João del-Rei, era em parte manuscrito e teve como inspiração Adelina Corrotti, que escrevia e usava os postes da cidade para chegar ao seu público. Depois da grande procura no botequim o jornal passou a ser pregado em postes, possuía uma linguagem popular, ou de esquina, como salientou a professora do curso de Letras.
Encerrando o primeiro dia de debates, com a 3° palestra, o professor e jornalista Marcelo Mauricio Miranda apresentou o jornal Folha de Barbacena, que foi fundado por ele e um amigo em 2005, com o nome de Folha de Negócios. Esse projeto inicial tinha como objetivo e conteúdo classificados diversos, e tinha sua distribuição gratuita. Como na maioria das empresas de comunicação, o jornal era sustentado por anunciantes. Marcelo trouxe para os alunos e convidados toda sua experiência no campo da comunicação. Depois que iniciou o projeto com seu amigo de faculdade, ele sempre procurou estar à frente, se qualificando e buscando, em outros ambientes, pontos que pudessem agregar ao seu projeto. Hoje, como publicitário e responsável pela linha editorial do jornal, trabalha com estética diferenciada e fechou contrato com a Sempre Editora, empresa responsável pela impressão, que otimizou o processo de produção.
Segundo ele, o periódico tem hoje uma tiragem de aproximadamente 5 mil exemplares e atinge uma média de 30 mil pessoas por semana, está na edição de número 329 e tem uma vinculação semanal com o custo de R$ 1 a edição. Para Marcelo, ter escolhido iniciar um projeto foi mais engrandecedor do que trabalhar em uma grande empresa, em um grande centro. “O que me move não é a questão financeira, é essa experiência quântica com as pessoas”, disse ele.
A programação completa do 7º Ciclo de Debates A Cultura no Campo das Vertentes se encontra no evento criado no Facebook.
Texto/VAN: Camila Conde e Bráulio Nolasco
Foto: Fabrícia Ferreira