Fotos: Wanderson Nascimento

         Os produtores rurais de Barroso têm acesso à orientação
e assistência para protegerem as nascentes de suas propriedades. O trabalho é
realizado com a mediação da Emater
(Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural de Minas Gerais) em parceria
com a Siderúrgica Puiatti, de Barbacena e os produtores rurais de Barroso.
             O programa de cercamento e recuperação de nascentes, de
acordo com o Extensionista Agropecuário da Emater, Alceu Resende, tem, entre
outros, o objetivo de contribuir para a preservação ambiental. “Esse trabalho
tem a finalidade de manter a água e preservar sua qualidade. Com isso, também
estamos preservando a fauna e a flora, contribuindo para a preservação
ambiental”, declara.
De acordo com Alceu, a parceria com a Siderúrgica
Puiatti faz parte da compensação ambiental da empresa, que faz extração de
minérios na região do povoado de Caetés, em Barroso. Dentro do programa, a
siderúrgica fornece os materiais necessários ao cercamento, como arame, mourões
e grampos de cerca.
Seu Zelão ordenha sua criação para
 a produção de derivados.
O senhor José Trindade Gomes, seu Zelão, tem uma
propriedade de cerca de 16 hectares no povoado de Caetés, em Barroso. Na
fazenda, ele e seu filho produzem e comercializam leite, queijo minas, muçarela
e queijo meia-cura e já está começando a produzir em maior escala, montando sua
própria agroindústria. Eles também criam aves e suínos para alimentação da
família e comercialização. Seu Zelão também produz doce-de-leite, que vende
para as escolas, por meio do programa de apoio à agricultura familiar do
governo federal. De acordo com a lei criada já no governo Dilma, 30% dos
alimentos destinados à merenda das escolas devem ser provenientes da
agricultura familiar.
            Seu Zelão está satisfeito
em fazer parte desse trabalho e enfatiza a importância de se preservar as
nascentes de sua propriedade, em virtude da maior parte de sua renda e da
família ter origem em sua propriedade. “A gente tá cercando e plantando árvores
para o gado não pisar onde nasce a água. É muito importante proteger as
nascentes para a água não diminuir e não faltar depois”, afirma.
O extensionista agropecuário da Emater afirma que,
apesar da desconfiança inicial de alguns produtores, a aceitação do programa
tem sido excelente, pois eles reconhecem a importância da água no meio rural.
“O produtor oferece uma resistência no sentido de poder sofrer algum tipo de
fiscalização por ordem dos órgãos públicos. Mas, apesar disso, eles sempre
demonstram interesse em preservar a água, que é muito importante no uso da
propriedade rural, tanto no uso doméstico, quanto para a produção
agropecuária”, argumenta.
Proteger as
nascentes é preservar a vida
Cerca utilizada para a preservação de nascentes.
A proteção das nascentes é um dos fatores essenciais
para garantir a autossuficiência econômica da propriedade rural e para a
manutenção da qualidade de vida do homem. Outras práticas também são essenciais
para a sustentabilidade no meio rural, como a recuperação de áreas degradadas,
a não utilização de queimadas para renovação de pastagens, a recuperação de
áreas verdes com plantio de espécies nativas, a prevenção de erosão e adoção de
práticas produtivas ao mesmo tempo ecológicas e rentáveis, entre outras.
De acordo com o biólogo Paulo Henrique Pereira, em
artigo publicado no site www.vidaagropecuaria.com.br,
o cercamento das nascentes é o primeiro passo para preservá-las. “É
preciso evitar que o gado passe por sobre as nascentes, pois o vai e vem dos
animais compacta o solo dificultando a infiltração das águas da chuva. Se área
estiver degradada o simples fato de cercar a nascente ajudará muito, as vezes
não é preciso nem plantar novas árvores, como o solo no local e bastante úmido
a natureza se encarrega de colocar tudo no lugar”, declara. Além disso, é
essencial preservar as matas dos morros e encostas, pois a água começa a nascer
das águas da chuva retidas nos topos dos morros.
A preservação da mata ciliar também é um dos fatores
mais importante para a preservação não só dos mananciais, mas também dos cursos
d’água. Segundo o site da ONG WWF-Brasil,
evita o assoreamento das margens e ajuda a manter a qualidade das águas da
propriedade. A mata ciliar é uma área de preservação permanente obrigatória. O
Código Florestal (Lei
n.° 4.771/65
) inclui, desde 1965, as matas ciliares na categoria de áreas
de preservação permanente (APP).

         Texto: Wanderson Nascimento

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