Frederico Vital é responsável por ação social que aproxima os livros dos são-joanenses.

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Apaixonado por livros e dono de um enorme coração, ele está sempre pronto para ajudar aqueles que necessitam. Criou e desenvolveu, junto com a esposa, o projeto social Livros em Mãos. Esse é Frederico Vidal. Seu projeto tem como objetivo incentivar a leitura na cidade de São João del-Rei e levar a literatura para as pessoas com menos recursos. Ele pretende expandir esse projeto, arrecadando para criar um fundo que o ajudaria a levar comida às comunidades carentes da cidade.  

Desde sua adolescência ele procura despertar essa paixão para outros corações, e essa busca começou desde cedo. Por volta dos 18 anos, participou de uma comunidade que fazia ação social através de distribuição de livros, e com a arrecadação com esses livros, eles adquiriam alimentos para distribuir para comunidades carentes em Belo Horizonte. Depois de um ano, saiu do projeto, casou-se e cursou Jornalismo e Filosofia.

Mesmo trabalhando em outras áreas, ele sempre esteve envolvido com livros. Era seu hobby e sua vocação. “Pelo fato de ter trabalhado com esse projeto social de distribuição de alimentos, sempre tive esse acesso aos livros a baixo custo, então eu sempre me preocupava em ter alguns livros comigo para que eu pudesse dar para alguém de presente, e estar sempre incentivando a leitura”, conta ele.

Após “idas e vindas da vida”, como ele mesmo diz, com quase 30 anos abriu um sebo de garagem em Barbacena, e lá ficou por quase 9 anos. Mas ele já não queria trabalhar com livros dessa maneira. Posteriormente, Frederico foi morar em Pouso Alegre, onde começou a trabalhar como freelancer numa TV local inicialmente por seis meses, mas acabou ficando por 7 anos.

Fred, como é conhecido, casou novamente com sua atual esposa – Ana Flávia. Com ela, teve mais um filho e agora eles esperam uma menina. Vieram para São João del-Rei numa proposta de mudança de vida. Sua esposa quis experimentar uma outra cidade, pois morou em Pouso Alegre a vida toda. Dentre as várias opções que lhe foram apresentadas, acabaram escolhendo São João. Após  trabalhar na TV, ele esteve presente em outras áreas, mas nenhuma com o que ele gostava: os livros. “Eu queria voltar a trabalhar com livros, mas algo que pudesse beneficiar as pessoas também. E fazer um sebo de garagem não ia atender essa necessidade”.

Foi assim que começou a ser desenvolvido o projeto Livros em Mãos. Inicialmente, começou de uma forma bem simples: ele dedicava algumas horas do dia para conseguir mais livros com a Editora Bhaktivedanta Book Trust, uma editora internacional com sede em São Paulo, e saía com eles nas ruas mostrando os livros. Parte da arrecadação que ele conseguia serviria para custear o livro que a pessoa estava levando, e a outra para um livro que seria doado para alguém com necessidade. Os livros não tinham preço, a colaboração era voluntária, e algumas vezes era mais do que ele esperava.

Vidal conta que em Pouso Alegre ele não conseguiu autorização da prefeitura nem de nenhum órgão de cultura para fazer isso. Várias vezes fiscais paravam o carro que ele usava para o projeto e lhe davam avisos de que aquilo não era permitido. Isso não o fez desistir. Vidal passou a levar na mão e na mochila os livros para distribuir. Amigos o ajudaram doando livros para o projeto que distribui em bibliotecas e pessoas na região.

Quando chegou em São João del-Rei com a esposa, Vidal diz ter se surpreendido muito. Talvez por ser uma cidade universitária e ao mesmo tempo um pólo histórico, o que ele percebia era que as pessoas, fossem ricas ou pobres, estudantes ou moradores, liam muito. Ele via isso quando o interesse demonstrado pelos livros começou a crescer e, consequentemente, as colaborações para o projeto.

Hoje, Frederico tem uma kombi branca que fica no centro da cidade e qualquer um que passe por ele vai ver a barraquinha montada e os livros expostos para quem quiser. Há três anos, ele rompeu seus vínculos profissionais e se dedica completamente ao projeto. Ele consegue livros não só com a editora, mas também com a colaboração de moradores da cidade que doam livros que não estão mais sendo usados em casa. O que ele arrecada com a exposição desses livros na rua é responsável por manter o projeto ativo. Uma vez por semana, ele completa uma estante de livros na rodoviária da cidade, onde as pessoas podem tanto pegar para si como doar.

Sua ideia é de que a maior parte dos livros seja doada para comunidades carentes, em bibliotecas comunitárias, escolas de zona rural, mas que a literatura seja alcançada por todas as pessoas de todas as classes sociais. “Eu tenho um amigo que tem uma frase que é o lema do meu projeto: Livros são a base, pureza é a força e a utilidade é o princípio”, conta ele.

Texto/VAN: Clara Mattoso

Fotos/VAN: Felipe Souza

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